Dólar cai mais de 1% e se aproxima de R$3,20, com cena externa e Lula
Recuou 1,16 por cento
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Recuou 1,16 por cento
O dólar fechou esta terça-feira em queda, pelo terceiro pregão consecutivo e se reaproximando do patamar de 3,20 reais, acompanhando a cena externa diante de alívio nas preocupações sobre eventual guerra comercial após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que adotaria tarifas sobre a importação de aço e alumínio.
A cena política também ajudou no movimento, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar habeas corpus preventivo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visto pelo mercado como um político menos comprometido com o equilíbrio fiscal. O dólar recuou 1,16 por cento, a 3,2105 reais na venda, menor nível desde 1º de fevereiro (3,1690 reais), acumulando perdas de 1,36 por cento nestas três sessões. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1 por cento no final da tarde.
“Sabe-se que o presidente Donald Trump não encontra apoio no próprio partido Republicano, encontrando-se isolado na defesa do protecionismo. Reduzem-se, assim, os temores de uma guerra comercial global”, trouxe a SulAmérica Investimentos em relatório. O mercado doméstico acompanhou a trajetória de baixa do dólar no exterior, onde caía ante uma cesta de cesta e também sobre divisas de países emergentes, como o peso mexicano, com o ambiente mais tranquilo. Trump enfrentou crescente pressão de aliados políticos e de empresas norte-americanas na véspera para não avançar com seus planos. O apetite ao risco no exterior foi renovado ainda após acordo histórico entre as Coreias do Norte e do Sul em negociações diretas. Os dois países, ainda tecnicamente em guerra, terão sua primeira cúpula em mais de uma década no próximo mês, aproveitando as tensões menores depois dos Jogos Olímpicos de Inverno no mês passado na Coreia do Sul. Internamente, o mercado também reagiu ao julgamento no STJ nesta tarde, por meio do qual negou habeas corpus preventivo pedido pela defesa de Lula para evitar a execução imediata da pena de prisão do petista, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em segunda instância no processo do tríplex do Guarujá (SP).
“Já estava no preço (a derrota no STJ), mas o mercado simplesmente surfou na onda de notícias mais favoráveis”, comentou o profissional da mesa de derivativos de uma corretora local. O mercado avalia que o petista não seria um candidato à Presidência comprometido com o ajuste das contas públicas e notícias que indiquem que ele não concorrerá nas eleições deste ano acabam sendo favoráveis aos ativos. O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção para o mercado cambial nesta sessão. Em abril, vencem 9,029 bilhões de dólares em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.
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