Inadimplência das empresas cresce, mas aumento é o menor em sete anos, diz SPC

As altas foram de 7,61% em 2016; 9,90% e  em 2015; 7,64%

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As altas foram de 7,61% em 2016; 9,90% e  em 2015; 7,64%

A inadimplência das empresas cresceu 3,42% no último mês de agosto na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar da alta, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), autor da pesquisa, divulgou que se trata do aumento mais comedido para os meses de agosto em sete anos de série histórica. Em períodos anteriores, as altas foram de 7,61% em 2016; 9,90% em 2015; 7,64% em 2014; 8,32% em 2013; 11,67% em 2012, e 13,79% em 2011.

De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, mesmo em meio à crise econômica que o país atravessa, essa desaceleração do aumento da inadimplência entre as empresas ocorre em virtude da maior restrição ao crédito e menor inclinação ao investimento por parte dos empresários.

“Se, por um lado, o recuo da atividade econômica provoca queda no faturamento das empresas e na capacidade desses empresários honrarem seus compromissos, por outro, os índices de inadimplência vêm crescendo em um ritmo menor, em decorrência da maior restrição ao crédito e da menor propensão a investir. Com menos custos e menos tomada de crédito, há também menos endividamento”, explicou a economista.

Na comparação mensal – entre julho e agosto deste ano – houve uma leve queda de 0,29% no volume de empresas inadimplentes. Nos meses anteriores, o SPC havia registrado alta no índice de 0,42% em junho e 0,08% em julho.

“Para os próximos meses, espera-se que atividade econômica siga uma lenta recuperação e que os empresários permaneçam cautelosos devido ao cenário de grande incerteza política e econômica, o que deve manter o crescimento da inadimplência das empresas em patamares discretos frente à série histórica como um todo”, afirma o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro.

Setores

Entre os segmentos de empresas devedoras, as altas mais expressivas ficaram com os ramos de serviço (5,60%) e indústria (2,29%), seguidos pelas empresas que atuam no setor de comércio (2%) e no ramo da agricultura (0,77%).

Já do lado credor – empresas que deixaram de receber de outras empresas – o destaque foi a indústria, que registrou alta de 6,27% na quantidade de pagamentos que deixou de receber. No comércio, a alta observada chegou a 4,83% em agosto de 2017, em relação a agosto do ano passado. Os atrasos com empresas do setor de agricultura caíram 21,12% no período analisado e 0,64% entre as empresas do ramo de serviços, que englobam bancos e financeiras.

Dados regionais

Os dados regionais mostraram que a Região Sudeste liderou o crescimento da inadimplência entre as empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o número de pessoas jurídicas com contas pendentes na região cresceu 3,64%. Em seguida, aparecem as regiões Nordeste, que registrou alta de 2,88% na mesma base de comparação; Norte (2,73%); Centro-Oeste (2,38%), e Sul (2,35%).

Outro indicador mensurado pelo SPC Brasil e pela CNDL é o de dívidas em atraso. Nesse caso, o crescimento também foi o menor já observado para os meses de agosto, desde o ano de 2011: alta de 0,8% na comparação anual. Na comparação mensal, ou seja, na passagem de julho para agosto, o índice caiu 0,46%.

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