Com dívida de R$ 370 milhões, prefeitura vai suspender pagamentos até abril

Além da suspensão, prefeito quer auditoria das contas

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Além da suspensão, prefeito quer auditoria das contas

O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), determinou a suspensão dos pagamentos dos fornecedores e  prestadores de serviços por 90 dias. A decisão ainda não foi publicada em Diário Oficial, mas de acordo com o gestor no município, não foi realizado nenhum empenho desde o início do mandato. A medida é para conter o endividamento do município, que tem R$ 370 milhões em dívidas a pagar, deixadas pela administração passada.

Apesar da interrupção, Marquinhos Trad descartou risco de ‘caos’ na cidade. Ele destacou que a Capital está há seis meses efetuar o pagamento das contas de água e luz da prefeitura e demais órgãos municipais, e a dívida chega a R$ 12 milhões.  “A paralisação não vai prejudicar, até porque há pagamentos atrasados há um anos e os serviços continuam”,  ilustrou.

Além da interrupção, o prefeito informou que deu início a uma auditoria para saber quais são as empresas e serviços oferecidos que justifiquem a dívida milionária acumulada por Alcides Bernal (PP). Entre as heranças deixadas pelo ex-prefeito está o empenho de R$ 1,8 milhão a ser pago a empresa de publicidade Bartz. “Queremos saber o processo, como foram feitas as licitações porque esses valores são altos e temos que saber se de fato os serviços foram prestados”, disse Marquinhos.

 Dívidas

Pedro Pedrossian Neto, secretário de Finanças e Planejamento do município, explicou que o objetivo da suspensão é negociar as dívidas, e adiantou que serão publicados decretos de contingenciamento e escalonamentos, cujo formato ainda será definido. “Uma parte é relativa a empenhos que não foram liquidados, então não há dívida. Esse pente fino que é para ter a dimensão concreta da nossa dívida para que tenhamos um cronograma de pagamentos e pactuar descontos com os fornecedores e redução de preços e alongamento da dívida. ”.

Além das contas a pagar, a prefeitura ainda enfrenta dificuldade para dar conta de cobrir a folha de pagamento dos servidores, de R$ 110 milhões, o dobro do valor do que a prefeitura tinha em caixa. O salário do mês de dezembro e pago em janeiro sofreu parcelamento e apenas quem ganha até R$ 3,7 mil recebeu o salário integral –  30% dos servidores ficaram de fora. 

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