Pesquisa da UEMS possibilita alavancar agricultura no Pantanal

Soja e milho estão aptos para produção na região do Pantanal 

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Soja e milho estão aptos para produção na região do Pantanal 

                       

UEMS

Após seis anos de trabalho e centenas de tipos de soja e milho analisados, uma pesquisa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) identificou cerca de dez tipos de cultivares destes grãos que são aptas para a produção na região do Pantanal sul-mato-grossense. Possibilitando a integração das plantações de soja e milho com a pecuária, em uma região em que é predominante a criação de gado de corte.

O professor, Francisco Eduardo Torres, é o responsável pelo projeto, que é realizado no setor de fitotecnia da UEMS em Aquidauana por acadêmicos da graduação, do mestrado e do doutorado em agronomia.

Os resultados trazem importantes informações sobre a adaptação de tipos de soja e milho para a região do ecótono Cerrado/pantanal, que se diferencia das principais regiões produtoras de soja do Mato Grosso do Sul por ter altitude, solo e clima diferentes das demais regiões produtoras.

“Com isso, possibilita aos produtores rurais da região de agregarem mais essa atividade em suas propriedades no sentido de maximizar a produtividade, aumentando a sua eficiência, produzindo alimentos e empregos. Possibilitará que produtores de gado também invistam no cultivo de soja e milho”, explicou.

O produtor rural, Massao Ohata, é parceiro da pesquisa e em sua propriedade já testa o sistema lavoura-pecuária, com bons resultados. “No inverno faltava capim para o gado, mas com a integração, a disponibilidade de capim aumentou absurdamente com a plantação de pastagem, após a soja. Com isso eu tenho disponível capim verde durante o inverno”, de acordo com matéria veiculada no MS Rural, da TV Globo.

Os resultados estão sendo aplicados na prática em propriedades rurais da região, em Aquidauana e Miranda, por meio de projetos de extensão, que visam a orientação técnica, além da continuidade das pesquisas no local.  Ao longo dos anos participaram do desenvolvimento do projeto cerca de 30 alunos, tanto da de cursos de graduação como de pós-graduação.

A ideia principal desse projeto com a identificação dos cultivares adaptados, de acordo com o professor, Francisco Eduardo Torres, é o convencimento dos produtores para que adotem o sistema de integração lavoura-pecuária, o que já está ocorrendo.  “Com isso, os modelos econômicos desses municípios serão drasticamente alterados, pois a pecuária de corte, muitas vezes extensiva, gera poucos empregos e, consequentemente, poucos recursos para as pessoas e a economia local. Com a adoção da agricultura, esse padrão se modifica, uma vez que o número de empregos diretos e indiretos são ampliados, ocasionando uma melhoria considerável no giro econômico da região”, ressaltou.

O próximo passo da pesquisa é tentar fazer o melhoramento genético das cultivares de soja, adaptar as características das plantas as condições de solo e clima na região, visando aumentar a produtividade das lavouras. “Esse é um processo longo, demore talvez de 10 a 15 anos, para nós termos materiais específicos para esta grande região que chamamos de ecótono Cerrado/pantanal, que é a zona de transição entre o planalto e o pantanal”, finalizou.

 

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