Empresas seguem a linha do “otimismo responsável”

A situação política e econômica também está atrapalhando, e muito, as vendas de maquinário agrícola neste ano. As empresas Case, New Holland e John Deere, presentes na 23ª Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto/SP, seguem a linha do “otimismo responsável”, e esperam repetir os resultados do ano passado.

“O mercado no ano passado foi bastante difícil, o mercado baixou as vendas em 20%. Não acredito que, globalmente, o valor de vendas será muito diferente do ano passado”, disse o presidente mundial da New Holland Agriculture, Carlo Lambro. A empresa faturou US$ 25 bilhões em 2015, US$ 11 bilhões apenas na parte agrícola.

De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em 2015 foram negociadas 44.995 unidades, o que representa uma forte queda de 34% em relação ao ano anterior, quando 68.516 unidades foram vendidas.  Ainda segundo relatório, as vendas da Case em 2014 eram de 2.022 unidades, da Jhon Deere 3.894 e da New Holland 10.031 unidades. Em 2015, a associação passou a divulgar os números apenas por potência, e não mais por marca.

Segundo o presidente da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), Carlos Pastoriza, cerca de 30% do maquinário agrícola brasileiro tem mais de 20 anos de idade. “Estudos nessa linha mostram que essa modernização, a troca desses equipamentos velhos por novos, poderia levar a um ganho de produtividade de 10%, sem plantar um hectare a mais, só pela moderna tecnologia que esses equipamentos trariam”, cita.

As empresas esperam vender na Agrishow, que acontece nesta semana em Ribeirão Preto. A Case prevê que as vendas de colheitadeiras devem manter desempenho próximo ao do ano passado e tratores uma diminuição 30%. “A feira será o termômetro de como será o ano do agronegócio, tanto a parte política, de clima e a própria agricultura”, pontua o diretor de marketing Christian Gonzales.

O cenário não está favorável até o momento. No 1ª trimestre, as vendas internas de máquinas agrícolas despencaram 44% no país, chegando a apenas 6.658 unidades, enquanto no ano passado eram 11.879.

A John Deere não fala em números, mas assume um “otimismo responsável”. Para o gerente nacional da empresa no país, Rodrigo Bonato, vários fatores apontam para um 2016 favorável a indústria. “Viemos de um triênio de quedas. Acreditamos que o próximo triênio seja de ascensão. As bases da agricultura estão mais sólidas do que nunca, o preço da soja já subiu, a China (maior importador de grãos do país) acaba de liberar o 2º filho, o que aumenta os envios, o produtor está sabendo usar ferramentas de gestão”, ressalta. 

Para as vendas durante Agrishow, a John Deere também espera manutenção nas vendas. “No mínimo o que foi ganho no ano passado”, destaca Rodrigo.