Campo-grandenses lotam Central do IPTU e espera chega a duas horas

Administração fará plantão neste fim de semana

Os contribuintes de Campo Grande, que têm até segunda-feira (11) para pagar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) com desconto de 20% antecipado, estão lotando a Central, que fica na Prefeitura. A espera chega a duas horas.

O vencimento do IPTU é 12 de fevereiro. O desconto de 20% vai até segunda, depois o desconto será de 10% à vista, e para parcelado 5%. O atendimento será das 8 às 16 horas. E, com o aumento na procura, será feito plantão neste sábado e domingo.

Ela reclama da descrição do carne do IPTU, que lista benfeitorias que não existe na casa. “Não tem piso, disseram que tinha. Não tem reboco, nem forro. Quero saber como é que vai ficar, sem condições eu pagar tudo isso”, afirma a aposentada.

A vendedora Luciene Mendes Vera, de 47 anos, também reclamou do IPTU deste ano. “É um abuso. Eu vim negociar, e o desconto é 20%. É muito pouco. Vamos ver quanto vai ficar e se vale a pena pagar à vista ou parcelado mesmo”, destaca.

Rosa Maria, 49, é manicure. Ela esperou por quase duas horas o atendimento. “Eu cheguei no início da tarde e o atendimento demora. São quase duas horas para ser atendido. Até pensei em deixar para vir no domingo, ou segunda-feira”, explica.

A desempregada Eliana Gomes, de 38 anos, desistiu da espera e decidiu voltar no domingo. Ela aguardava o atendimento com a filha no colo. “Está demorado. Tem 50 pessoas na minha frente. Estou há quase 30 minutos esperando. Não dá mais, vou embora e volto no domingo, acho que vai estar mais vazio”, disse.

Ela também reclamou do valor do imposto. “O meu carnê veio mais de 400 reais, isso se eu pagar à vista. Mas, não tenho condições, estou desempregada. Fazer o quê? Parcelar”.

Redução da alíquota

Quem pagou o IPTU nos últimos cinco anos pode pedir a restituição do valor, caso a alíquota do imposto seja superior a 1%. “A lei de Campo Grande prevê uma alíquota de 1% a 3,5%, de acordo com as benfeitorias”, segundo a advogada Monique de Paula Scaff Raffi.

Ela entrou com uma ação em 2008, advogando em causa própria, e ganhou no ano passado. “A Justiça entendeu que o aplicável é 1%, o mínimo, já que eu não fiz mudança no terreno. Eu não paguei de 2008 a 2014, e em 2015 a Justiça cancelou meus impostos anteriores e mandou o município calcular alíquota de 1%”, explica.

Os que se sentirem lesados, que não fizeram mudança no terreno, podem entrar com uma ação judicial contra a Prefeitura e pedirem alíquota de 1%.