Produtividade brasileira é a que menos cresce em relação a 11 países
País precisa reduzir custos sistêmicos para aumentar a confiança dos empresários e aumentar os investimentos
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País precisa reduzir custos sistêmicos para aumentar a confiança dos empresários e aumentar os investimentos
O índice que mede quanto se produz por hora trabalhada, a produtividade cresceu bem menos no Brasil do que em outros 11 países concorrentes. Entre 2002 e 2012, a taxa média de crescimento por ano foi de 0,6%, o menor índice da comparação inédita feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Coreia do Sul aparece no outro extremo com uma alta de 6,7% a cada ano. Nos Estados Unidos o aumento foi de 4,4%. No Brasil o crescimento acumulado entre 2002 e 2012 foi de 6,6%.
A baixa produtividade do trabalho colaborou para que o Brasil registrasse na década o mais alto Custo Unitário do Trabalho em dólares reais (CUT). A medida, que representa o custo com trabalho para se produzir um bem, aumentou 9% ao ano entre 2002 e 2012. O segundo colocado, a Austrália, registrou alta de 5,3% ao ano. Apenas quatro dos 12 países comparados tiveram aumento do CUT. No outro extremo aparecem Taiwan e Estados Unidos, que reduziram em 6,2% e em 5,2% o CUT, respectivamente.
A redução nas outras oito nações se deu não só porque aumentaram a produtividade em percentuais mais altos no período, mas também porque registraram reajustes menores no salário médio real e tiveram apreciações mais suaves, ou até mesmo depreciações, caso de Taiwan, na moeda doméstica – produtividade, salário e taxa de câmbio são as três variáveis analisadas para se calcular o CUT de um país.
O Brasil, por outro lado, apresentou o segundo maior aumento real do salário no período – cresceu 1,8% ao ano -, e a maior apreciação da moeda doméstica – o Real valorizou-se a uma taxa de 7,2% ao ano. Ou seja, os três fatores contribuíram negativamente para a competitividade brasileira.
“Além de ter tido o menor crescimento da produtividade do trabalho, tivemos a maior apreciação cambial real e o segundo maior aumento do salário médio real. Precisamos reduzir custos sistêmicos para aumentar a confiança dos empresários e, consequentemente, aumentar os investimentos. Eles são essenciais para termos mais produtividade e entrar em ciclo virtuoso”, afirma o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
EXEMPLO POSITIVO – A Coreia do Sul é um exemplo da importância da alta produtividade para reduzir o impacto no CUT. Assim como o Brasil, a Coreia registrou alta no crescimento do salário médio real – aumentou 2,5%, o maior reajuste da lista -, e a moeda se desvalorizou em 0,9%. No entanto, em função de ter tido o maior aumento da produtividade no período – de 6,7% ao ano -, o CUT caiu a uma taxa média anual de 3%, a terceira maior redução, atrás dos Estados Unidos e Taiwan.
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