Para Serra, política econômica de militares é exemplo
Segundo o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o tucano José Serra está correto
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Segundo o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o tucano José Serra está correto
O senador José Serra (PSDB-SP) acredita que falta ao Brasil uma discussão sobre os rumos da economia, inclusive por parte de seus pares. Para o tucano, “a oposição precisa passar da crítica para a discussão de rumos” e o país carece de um planejamento de longo prazo, como teve o governo militar.
“Um exemplo: 1964, golpe militar. A inflação estava 100% ao ano. Fizeram políticas de curto prazo, com série de medidas e reformas, mas havia um projeto de curto e longo prazo que funcionou”, ressaltou Serra.
Após uma breve palestra sobre a economia brasileira, o político disse, em conferência telefônica com jornalistas nesta quinta-feira (22), que as medidas adotadas pela nova equipe econômica (corte de gastos e aumentos de impostos) são para o curto prazo e citou como exemplo o governo militar (1964-1985).
“Dilma está fazendo o que disse que não faria: corrigindo seus erros. Estou surpreso com o pacote de medidas, que é bem-sucedido no sentido de dar sinais positivos ao mercado. Mas eu não quero ficar elogiando a Dilma”, disse Serra. Apesar desse breve elogio, Serra classificou as medidas de ineptas porque atuam apenas no curto prazo.
O economista e professor da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo concorda com Serra, mas corrige o índice de inflação informado por ele. Segundo o economista, em 1964, a inflação era de 84% ao ano.
“Estamos [Belluzzo e Serra] em lados opostos, mas ele está correto. O governo militar pensou a economia no longo prazo ao criar o Plano de Ação Econômica do Governo [PAEG], do Roberto Campos [ministro do Planejamento do governo Castello Branco]. Fizeram reforma tributária, fiscal, tarifária e reforçaram a capacidade industrial. Mas é preciso lembrar que naquele momento a economia internacional vivia anos de ouro [1948 até meados de 1970] e o governo soube aproveitar. Hoje, o momento é outro, de dificuldades para todos”, explica o economista.
Belluzzo dá exemplos atuais de países que trabalham a economia com planejamento estrutural de longo prazo. “Coreia do Sul e China são bem-sucedidos, mesmo estando em lados opostos. As políticas deles são estruturais e o desepenho econômico muito bom.”
Para Serra, o ajuste fiscal anunciado por Joaquim Levy, ministro da Fazenda, espanta por sua modéstia. “A questão fiscal estava deteriorando as condições do País, o que levaria a queda do grau de investimento e a uma maior dificuldade em buscar recursos paro estado. Há um imenso apoio da indústria, especialmente do mercado financeiro”, avaliou Serra.
Belluzzo discorda nesse ponto. “O problema é que quem manda no Brasil são os macroeconomistas. Perdemos a cultura de debater as políticas públicas, as reformas necessárias. Estão entregando o poder de comandar a economia para o mercado financeiro, infelizmente.”
José Serra foi ministro do Planejamento e da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso (de 1995 até 2012).
Luiz Gonzaga Belluzzo é economista e foi consultor pessoal de economia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff no início do primeiro mandato. Belluzzo também foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda durante o governo de José Sarney.
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