Audiência no Senado debateu assunto

O trabalho das agências estatais de extensão rural, assistência técnica e desenvolvimento agrário foi discutido durante audiência pública nesta quinta-feira (14) na CRA (Comissão de Agricultura e Reforma Agrária) do Senado.

“É preciso evitar que o técnico da extensão rural acabe limitando sua atuação basicamente à administração de contratos, de convênios, absorvido por questões meramente administrativas e de operacionalização de crédito”, afirmou o senador sul-mato-grossense Waldemir Moka (PMDB).

O peemedebista defendeu que os profissionais destes órgãos, que em Mato Grosso do Sul estão em órgãos como a Agraer (Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), mantenham sua atuação próxima ao agricultor.

“O extensionista deve se dedicar à orientação do agricultor, em como melhorar o manejo do gado, como plantar, traduzindo, na prática, o resultado das pesquisas desenvolvidas, por exemplo, pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)”, frisou Moka.

 

A presidente da comissão, a senadora gaúcha Ana Amélia (PP), elogiou a agência de extensão rural de seu Estado, a Emater/RS, que segundo ela tem garantido o acesso à inovações tecnológicas aos produtores rurais. “Não adianta pensar em agricultura sem assistência técnica, daí a importância do trabalho do extensionista rural”, frisou a parlamentar.

Durante a audiência, os senadores debateram o aumento da abrangência da política nacional de assistência técnica e extensão rural, uma vez que dos mais de 4,3 milhões de famílias de agricultores do país, pouco mais de 435 mil já foram atendidas com extensionistas.

O representante do MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário) na reunião,  Hur Ben Correia da Silva, revelou que atualmente 13 mil técnicos estão à disposição das famílias, e que pelo menos 57% do público atendido é composto por agricultoras.

Por fim, os senadores também discutiram a necessidade de implantação da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural), regulamentada no ano passado, mas que ainda não saiu do papel.

“Estamos diante de uma crise financeira e de orçamento. Os projetos discutidos são relevantes, mas teremos de fato a Anater funcionando? Vamos ter orçamento?”, finalizou a senador Ana Amélia.