Litro da gasolina pode chegar a R$ 3,31, e do diesel a R$ 3,07 na Capital

Aumento passa a valer no dia 1º de fevereiro e consumidor deve pagar a diferença

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Aumento passa a valer no dia 1º de fevereiro e consumidor deve pagar a diferença

Com o aumento no preço do combustível anunciado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a gasolina que em alguns postos da Capital custa R$ 3,09 pode chegar a R$ 3,31 e o diesel ofertado por R$ 2,92 a R$ 3,07. O reajuste anunciado nessa segunda-feira (19) está relacionado à cobrança da Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico), ou seja, tributo regulador do preço de combustíveis, zerada desde 2012 e ao PIS/Cofins sobre a gasolina.

Este é o segundo aumento em pouco mais de dois meses. No dia 6 de novembro de 2014 a Petrobras anunciou acréscimo de 3% no preço da gasolina e 5% no diesel. O supervisor técnico do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul) Edson Lazaroto, disse que não esperava pelo aumento.

“Sabíamos que estava caminhando para isso, mas ainda assim fomos pegos de surpresa. Esses tributos não estavam sendo cobrados. Ainda vamos analisar o impacto disso, mas o consumidor já pode colocar no orçamento porque esse valor será repassado. O revendedor não tem como absorver a diferença e infelizmente quem arca é sempre o consumidor final”, destacou.

O contabilista Milton Gomes, de 47 anos, tem dois carros e utiliza cerca de 340 litros de gasolina todos os meses. Com o aumento no preço do combustível, o gasto mensal que atualmente é de R$ 1.050,06 sobe para R$ 1.125,40. Ele afirma que a diferença de R$ 74,80 pesa no orçamento familiar. “Muitas pessoas acham quem R$ 0,22 é pouco, mas no fim do mês a despesa é significativa. Tenho dois veículos e a minha família toda depende disso para se locomover”, explicou.

O auxiliar de laboratório Gleidson Dornas Gonçalves, de 29 anos, que atualmente gasta R$ 618,00 com combustível, com o aumento terá um gasto de R$ 662,00. Ele não se conforma com o aumento. “É muito injusto, principalmente porque sabemos que em países como nos Estados Unidos o preço cobrado no litro da gasolina equivale a R$ 1,30 e aqui pagamos um absurdo”, comparou.

O gerente de um posto de combustível de Campo Grande, Militão Renovato Pires, de 57 anos, disse que já está preparado para as reclamações dos consumidores. “Com o preço que está eles já reclamam, imagina quando aumentar. É complicado, mas se esse aumento realmente acontecer, não há nada que possamos fazer” lamentou.

 Etanol – Questionado sobre a possibilidade de aumento no preço do etanol, o supervisor técnico do Sinpetro afirmou que embora, não tenha sido cogitada nenhuma alteração, o reajuste não está descartado. “Por enquanto continua o mesmo valor, mas sempre acaba refletindo, portanto, pode aumentar”, observou.

Lazaroto justificou ainda que na Capital o preço é mais acessível. “Campo Grande é uma das capitais com o preço de combustível mais baixo do país. Em alguns lugares os postos já anunciam gasolina a R$ 3,48”, afirmou. Ele também observou que pode haver disputa pelo melhor preço. “Temos uma situação bastante atípica de muita concorrência de valor”.

Mato Grosso do Sul conta com 560 postos de combustível, entre eles, 162 são em Campo Grande. O aumento está previsto para o dia 1º de fevereiro. Conforme o supervisor técnico do Sinpetro, a princípio o acréscimo pode ser inferior ao informado. “O tributo do Cide, por exemplo, precisa de um período de 90 dias para que possa ser repassado. Então pode ser que suba menos nos primeiros dias do próximo mês, ainda não sabemos como isso será feito”, finalizou.

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