Cortes representam por mês R$ 1,9 bilhão, segundo o governo

O governo divulgou, por meio de decreto, cortes nas despesas dos ministérios. O foi o mais afetado.

Os cortes representam por mês R$ 1,887 bilhão, segundo o governo, e bloqueiam as despesas dos ministérios consideradas não obrigatórias, como viagens e gastos administrativos.

O mais atingido é o Ministério da Educação, quase R$ 600 milhões por mês. Os ministérios já estavam com as despesas limitadas porque o Congresso ainda não aprovou a lei orçamentária deste ano. Esse novo corte representa um esforço fiscal de 33% a mais e só vale até que o orçamento seja aprovado.

A nova equipe econômica assumiu o governo com o compromisso de economizar este ano R$ 66 bilhões. Desde o ano passado, o governo vem enxugando os gastos. Por exemplo, como as novas regras para pensão por morte e seguro-desemprego, que devem representar uma economia de R$ 18 bilhões em 2015.

Mas para o economista Raul Velloso, o esforço fiscal é o primeiro passo para o país atrair investimentos e estimular o crescimento da economia. “Acho que depois de fazer esse ajuste emergencial caberá mudar o modelo, sair da ênfase ao consumo para a ênfase no investimento privado em infraestrutura”, aponta Velloso, especialista em contas públicas.

Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, o ministro do Planejamento afirmou que o país exige novas medidas fiscais que estão sendo estudadas, mas que só devem ser anunciadas depois que o Congresso aprovar o orçamento da União.

“A situação fiscal ainda é uma situação fiscal delicada. Nós temos uma incerteza sobre a evolução, o crescimento da economia, sobre a evolução da receita. Então é adequado neste início de ano que nos comecemos com uma redução preliminar enquanto o Congresso não aprovar o orçamento”, declara Nelson Barbosa, ministro do Planejamento.