Frigorífico de Anastácio restringia-se apenas ao abate 

A unidade de Anastácio da JBS deu início nesta quarta-feira (26) à atividade de desossa, demanda que provocou a contratação de mais 250 trabalhadores. Agora, a unidade já dá emprego direto a 520 pessoas. Reaberto há um ano e quatro meses, o frigorífico de Anastácio restringia-se apenas ao abate de até 700 cabeças ao dia; as carcaças eram enviadas a outras unidades para serem desossadas e embaladas, explica o gerente industrial Júlio Nascimento.

Até o fim do ano, a intenção é começar a exportação direta a Israel, o que deve abrir mais vagas de trabalho já que a unidade tem capacidade para desossar um volume três vezes superior ao que abate, portanto vai passar a absorver a produção de outras localidades e direcionar tudo para o mercado exterior.

Na contramão do momento delicado da economia nacional, a JBS de Anastácio anima a economia local e reacende a esperança em uma multidão, que já conseguiu ou que ainda aguarda emprego. E não é para menos: se a notícia do fechamento do frigorífico, em 2009, foi capaz de jogar Anastácio e também Aquidauana num ambiente sombrio de retração econômica, a volta das atividades, em junho de 2014, surtiu o tão aguardado efeito contrário.

Testemunha próxima e protagonista dos fatos que culminaram na reabertura do frigorífico, o deputado estadual Felipe Orro (PDT) esteve presente na solenidade simples que marcou o início das atividades de desossa e falou para os funcionários (os antigos e os novos) e também para autoridades e diretores da empresa.

“Enquanto o Brasil se prepara para enfrentar a crise, aqui em Anastácio se abrem oportunidades de trabalho. Isso é muito bom, o pai, a mãe de família ter a garantia do salário no fim do mês, a tranquilidade da carteira assinada, os direitos trabalhistas, a segurança da família. Parabéns à JBS, que acreditou e apostou no potencial da região, e parabéns aos trabalhadores e trabalhadoras que tiveram de volta seus empregos”, disse o deputado.

A luta para reabrir a planta do frigorífico de Anastácio começou em 2009, logo após o anúncio do fechamento da unidade, então sob a bandeira do Grupo Kaiowa. Felipe Orro liderou comitivas a Campo Grande e Brasília, em tratativas com as autoridades sanitárias, governo do Estado, Ministério da Agricultura, parlamentares, enfim, todos que pudessem contribuir para solucionar o imbróglio que envolvia a falência do grupo Kaiowa e abreviasse o tempo de espera dos trabalhadores desempregados.

“Foi uma luta difícil, e como toda boa luta envolveu muita gente e a vitória está garantida. Mas eu quero aqui parabenizar e cumprimentar o Ministério da Agricultura, na pessoa do Amélio Ocampos, agente sanitário, que fizeram o impossível para preservar intactas as instalações, o maquinário, e garantir a validade do SIF (Serviço de Inspeção Federal, um selo de garantia da qualidade dos produtos emitido pelo Ministério e sem o qual a unidade não pode exportar).

Com a ativação do setor de desossa, sobe para 520 o número de empregados diretos da unidade de Anastácio da JBS, segundo o gerente industrial Júlio Nascimento. Nos próximos quatro meses a intenção é desossar e embalar todo o volume abatido, de 700 cabeças. E para o próximo ano a unidade pode receber carcaças de outras localidades onde o setor de desossa ainda não esteja funcionando. “Nossa capacidade total é para desossar 2.500 cabeças/dia”, disse.

Estavam presentes na solenidade, além do deputado Felipe Orro (PDT), o prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo; vereadores, secretários municipais e diretores da empresa.