Em MS, aumento na taxa de juros pode provocar fechamento de empresas
Neste ano 779 encerram as atividades no Estado
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Neste ano 779 encerram as atividades no Estado
O comunicado sobre o aumento de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros, ou Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), para 14,25% ao ano, não foi bem recebido pelos comerciantes. Para o presidente da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), João Carlos Polidoro, a situação econômica é preocupante, principalmente para os micros empreendedores que, segundo ele, correm o risco de ter de fechar as portas.
“O impacto é muito ruim. Já estamos vivendo recessão. O comércio não está vendendo. Os empresários já estão com investimentos segurados e vão segurar ainda mais. Temos visto eles se desdobrando, abrindo mão da margem de lucro para conseguir vender e pagar as contas no fim do mês. Isso vai prejudicar principalmente micros e pequenos empresários que não tem gordura para segurar por muito tempo. Muitos podem acabar fechando as portas”, declara.
De acordo com o presidente da ACICG, apesar da crise econômica, o momento é favorável para o consumidor. “Agora é hora de aproveitar as oportunidades em função da dificuldade dos empresários que estão baixando os preços e fazendo liquidações para tentar vender. A situação é ruim para os empresários e boa para os consumidores, ma em pouco tempo os preços vão subir porque quem vai pagar pelo aumento na taxa de juros é o consumidor”, frisa.
Enquanto a dica é para que o consumidor aproveite as oportunidades para comprar, o presidente da ACICG desta que por outro lado, os lojistas devem economizar e ressalta que o aumento da taxa de juros pode provocar desempregos.
“O empresário tem de cortar custos e isso todas as áreas. Ele deve analisar a planilha de custo para fazer os cortes. O pior é que o custo maior é o salário e o empresário vai ser obrigado a cortar vagas. Esse corte de custos é fundamental para que as empresas sobrevivam e passem por este momento difícil”, orienta.
Polidoro diz ainda que discorda da decisão tomada pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Ele diz que devido ao cenário econômico do país, o aumento de juros é inviável e que o ideal seria baixar as taxas para estimular o crescimento financeiro.
“Isso é um tiro no pé do governo, vai diminuir a atividade econômica e não vendendo, não produzindo, não gera impostos para ajudar o caixa do governo. A União deveria diminuir os juros para estimular o crescimento econômico. Fizemos avaliação e o número de empresas que fecharam do ano passado para cá é muito expressivo e é algo que tem acontecido em função dessa dificuldade. O governo está fazendo a parte mais fácil para ele. Ao invés de diminuir os gastos públicos, repassam essa conta”, frisa.
Embora a sensação seja de que a crise esteja provocando o fechamento de um número maior de empresas, dados divulgados pela JuceMS (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul) revelam que o mercado se mantém estável.
Segundo o levantamento, 1.668 empresas fecharam as portas em 2015, o que resulta em uma média de 139 fechamentos por mês. No primeiro semestre de 2015 foram registradas 779 extinções, o que representa uma média de 130 fechamentos. O número de empresas que encerram as atividades por motivo de falências também caiu de cinco para um.
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