Dólar vira e passa a operar em baixa, após subir perto de 2,5% na véspera

Na quinta-feira, moeda avançou 2,56%, a R$ 3,2965 na venda

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Na quinta-feira, moeda avançou 2,56%, a R$ 3,2965 na venda

Após abrir em alta e chegar a R$ 3,30 às 9h30 desta sexta-feira (20), o dólar virou e passou a operar em baixa, refletindo o bom humor generalizado nas praças financeiras internacionais. Na véspera, subiu 2,56% em meio a persistentes preocupações com os atritos entre o governo e sua base aliada no Congresso, que podem dificultar ainda mais o ajuste fiscal, e bateu R$ 3,30 no intradia pela primeira vez em quase 12 anos.

Às 15h28, a moeda norte-americana recuava 1,96%, a R$ 3,2318 na venda, após atingir R$ 3,2109 na mínima e R$ 3,3164 na máxima da sessão, maior nível em quase 12 anos. 

Operadores citavam uma série de fatores para explicar o clima favorável, incluindo o tom mais cauteloso adotado pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária nesta semana, o programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE) e a promessa de reformas da Grécia.
Isso acabou deixando de lado, por ora, os atritos entre o governo e o Congresso e preocupações com o ajuste fiscal, mas operadores mantêm essas questões no radar e elas prometem sustentar o quadro de preocupações nas próximas sessões.

“O mundo inteiro está vendendo dólares e o resultado é uma trégua aqui. Resta saber se ela vai ser duradoura ou não”, disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

O euro, por exemplo, subia mais de 1% contra o dólar nesta sessão e caminhava para marcar o maior ganho semanal desde o início de 2013, pouco após o BCE começar a imprimir dinheiro para comprar títulos soberanos europeus.

Também ajudou esse movimento a perspectiva de que os juros norte-americanos vão demorar um pouco mais para começar a subir e isso acontecerá de forma mais lenta.

“O Fed está sendo muito claro sobre o que está fazendo. Quando começar o aperto, será tão lento e mitigado que não terá um grande impacto”, afirmou à Reuters a analista do Bulltick Katherine Rooney Vera.

Nesse contexto, o real ganhava algum fôlego após se desvalorizar firmemente nas últimas semanas. Investidores temem que as turbulências políticas dificultem ainda mais o reequilíbrio das contas brasileiras e têm cada vez mais dúvidas sobre se o programa de intervenção diária do Banco Central no câmbio será estendido além deste mês.

Intervenção do BC
Nesta manhã, o BC brasileiro deu continuidade às rações diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a US$ 97,4 milhões. Foram vendidos 650 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.350 para 1º de março de 2016. A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, rolou cerca de 53% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões, segundo a Reuters.

Véspera
O dólar fechou em forte alta na quinta, perto de R$ 3,30, renovando a cotação máxima em quase 12 anos. A moeda seguiu a recuperação no exterior e refletiu novas preocupações com a crise local na base governista, agravada pelo novo ingrediente da saída de Cid Gomes do Ministério da Educação.

A moeda norte-americana avançou 2,56%, cotada a R$ 3,2965 na venda, maior valor desde abril de 2003. Mais cedo, o dólar atingiu R$ 3,30 na máxima do dia. Em 2015, o dólar acumula alta de 23,9%, e avança 15% no mês de março.

 

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