Câmbio continua pressionado por preocupações com a situação fiscal do país após o corte nas metas do governo

O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (24) e ultrapassou a barreira dos 3,30, ainda pressionado por preocupações com a situação fiscal do país após o corte nas metas do governo. Por volta das 13h30, a moeda subia 1,38% na venda, negociada aos 3,34 reais na venda, na máxima da sessão. Trata-se do maior nível desde 1º de abril de 2003, quando foi a 3,35 reais no intradia. Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de mais de 2% e terminou em R$ 3,29, maior nível em quatro meses.

Na quarta-feira, o governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para 8,74 bilhões de reais, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 66,3 bilhões de reais (1,1% do PIB), previstos até então. Após o corte, o mercado teme que o país perca o grau de investimento – selo de bom pagador – dado por agências de classificação de risco.

Na classificação das três principais agências internacionais de classificação de risco – Fitch, Moody’s e Standard and Poor’s -, o Brasil segue com grau de investimento. No mercado, agentes têm como certa uma redução do rating soberano do Brasil pela Moody’s para o último patamar dentro do grau de investimento, assim como já se situa nas outras duas agências.

“A drástica redução da meta para 2015, assim como o ajuste extremamente gradual esperado para os próximos anos, sublinha o esperado rebaixamento pela Moody’s e pode também desencadear revisões por outras agências e a perda do grau de investimento”, escreveram analistas do banco Brasil Plural em nota a clientes.

No exterior, a busca de proteção no dólar se sustenta após novos sinais de dificuldades na indústria e no comércio da China e indicadores recentes melhores que o esperado nos EUA, que aumentam as expectativas pela reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central do EUA) na próxima semana.

Turismo – Na quinta-feira, o dólar turismo já ultrapassava a marca dos 3,50 reais. No caso do cartão pré-pago, com maior incidência de imposto, a moeda já batia a marca dos 3,70 reais, preocupando quem já está com viagem marcada para o exterior.

Na Confidence Cotação, o dólar americano em espécie era vendido a 3,51 reais, já com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 0,38%. A moeda no cartão pré-pago, com taxa de IOF maior, de 6,38%, era comercializada a 3,78 reais. Na Cotação, o dólar em espécie era vendido a 3,53 reais, e o produto pré-pago, a 3,68 reais.