Dólar cai pela 3ª sessão consecutiva e fecha em R$ 3,12

Moeda oscilou bastante a partir das declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini

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Moeda oscilou bastante a partir das declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini

Após trocar de sinal pelo menos oito vezes durante a sessão, o dólar terminou esta terça-feira (24) em queda pelo terceiro dia seguido, com investidores ponderando as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre o programa de intervenções da autoridade monetária no câmbio.

A moeda norte-americana caiu 0,57%, a R$ 3,1275 na venda, depois de recuar 1,68% na mínima da sessão e subir 0,89% na máxima. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 700 milhões.

Nas três últimas sessões, a divisa acumulou queda de 5,13%.

A participação de Tombini em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado ocupou o centro das atenções. O presidente do BC afirmou que o programa de intervenções no câmbio é importante em um momento de normalização da política monetária norte-americana, mas ao mesmo tempo repetiu que o atual estoque de swaps cambiais já dá conta da demanda por proteção cambial.

A maior parte dos agentes financeiros consultados pela Reuters acredita que a interpretação mais plausível é que o BC pretende acabar com as intervenções diárias no câmbio, mas rolar integralmente os contratos que vencerão nos próximos meses. Mas essa avaliação não vinha sem uma boa dose de dúvidas.

O operador Jefferson Luiz Rugik, da corretora Correparti, viu nas declarações uma “dualidade”.

Combinados com o dado de recuperação dos preços ao consumidor norte-americano em fevereiro, que colocou de volta na mesa a possibilidade de uma alta de juros nos EUA em junho, esses ruídos levaram o dólar a anular a queda vista no início da sessão e passar a operar em alta ante o real.

Mais tarde, contudo, o dólar voltou a cair, após Tombini afirmar que o BC poderia manter o nível atual de swaps cambiais em circulação, equivalente a cerca de US$ 115 bilhões, por “dez, vinte anos”.

“O mercado está muito sensível, então qualquer frase mais direta acaba fazendo um estrago”, disse um operador de uma corretora internacional.

O mercado digeriu ainda a decisão de segunda-feira da agência de classificação de risco S&P, divulgada após o fechamento do câmbio à vista, de afirmar a nota soberana do Brasil em “BBB-“, com perspectiva estável, citando as mudanças na condução da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

O mercado futuro de câmbio, que continuava em atividade, ainda reagiu à notícia da S&P, com o primeiro contrato de dólar ampliando as perdas e fechando com queda de 3,05%, na mínima.

“É um voto de confiança no governo em um momento em que o mercado estava com medo de o Brasil perder o grau de investimento”, disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias no câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais. Todos os contratos vendidos vencem em 1º de dezembro de 2015. Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi colocado.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, rolou cerca de 61% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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