Dólar avança em direção a R$3,85 por ruídos sobre Fazenda

O dólar avançava em direção a 3,85 reais

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O dólar avançava em direção a 3,85 reais

O dólar avançava em direção a 3,85 reais nesta sexta-feira, em meio a ruídos sobre a permanência de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda e temores de que seu sucessor não teria carta branca no cargo.

Ajudava também dados econômicos dos Estados Unidos, sob expectativas de que os juros na maior economia do mundo possam ser elevados no curto prazo.

Às 16:42, o dólar avançava 1,76 por cento, a 3,8334 reais na venda, após atingir 3,8394 reais na máxima da sessão.

“Tem muito ruído em relação ao Levy. O mercado compra dólar para procurar proteção dessa incerteza”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Notícia publicada no Valor PRO diz que a discussão sobre a troca de Levy pelo ex-presidente do BC Henrique Meirelles já estaria ocorrendo há mais de três meses, mas que não aconteceu até agora por resistência de Dilma. E, mesmo que Meirelles vá parea a pasta, não teria carta branca.

Rumores de que Meirelles iria à Fazenda chegaram a levar o dólar a recuar nesta semana, sob expectativas de que a mudança poderia facilitar o diálogo com o Congresso Nacional. Entre os boatos, atraiu atenção o de que ele gostaria de indicar também um novo presidente do BC e um novo ministro do Planejamento.

Operadores vinham adotando estratégias defensivas desde o início desta sessão, já citando a incerteza sobre a Fazenda. “A situação política e fiscal continua indefinida”, disse mais cedo o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa. “A situação do ministro está longe de ser tranquila”, acrescentou.

Mesmo a recente aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que permite a regularização de capitais brasileiros no exterior e a decisão da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso de proibir o abatimento da meta fiscal do ano que vem trouxeram alívio apenas limitado para o mercado.

Outro fator que vem pressionando o câmbio é a perspectiva de que os juros subam nos EUA no mês que vem, o que poderia atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no Brasil. Dados sobre as vendas no varejo, os preços ao produtor e a confiança do consumidor nos EUA ajudavam a manter o dólar em alta nesta sessão.

“Mesmo quando há motivo para vender (dólares), o mercado vende com cuidado. O cenário como um todo está muito difícil, aqui e lá fora”, disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

O BC também deu continuidade, nesta manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em dezembro. Até agora, a autoridade monetária rolou o equivalente a 5,322 bilhões de dólares, ou cerca de 49 por cento do lote total, que corresponde a 10,905 bilhões de dólares.

Conteúdos relacionados