IBGE prevê safra de grãos 6,9% maior em 2013

Em novembro de 2012 o IBGE realizou o segundo prognóstico de área e produção para a safra de 2013. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas é estimada em 173,8 milhões de toneladas, 6,9% superior à safra colhida em 2012. Este incremento deve-se à recuperação e ao aumento previsto para as regiões Sul (20,8%) e […]

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Em novembro de 2012 o IBGE realizou o segundo prognóstico de área e produção para a safra de 2013. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas é estimada em 173,8 milhões de toneladas, 6,9% superior à safra colhida em 2012. Este incremento deve-se à recuperação e ao aumento previsto para as regiões Sul (20,8%) e Nordeste (26,2%), que sofreram com problemas climáticos em 2012. A área a ser colhida deve crescer 2,5% na região Sul e 21,1% na Nordeste. A região Centro-Oeste apresenta 4,3% de expansão de área, impulsionado pelos bons preços dos produtos, notadamente de soja e milho.

A 11ª avaliação da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totaliza 162,6 milhões de toneladas, 1,6% superior à obtida em 2011 (160,1 milhões de toneladas) e maior que a estimativa de outubro em 31.443 toneladas (0,0%). A área a ser colhida em 2012, de 48,9 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 0,4% frente à área colhida em 2011 e diminuição de 0,2% na comparação com a avaliação do mês anterior. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 91,3% da estimativa da produção e respondem por 85,2% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior o arroz apresenta uma redução na área de 13,6%, o milho um acréscimo de 7,9% e a soja acréscimo de 3,6%. No que se refere à produção, a do milho é 27,3% maior, enquanto a de arroz e soja sofreram redução de respectivamente, 15,1% e 12,5%, quando comparados a 2011.

Entre as grandes regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 70,6 milhões de toneladas; Sul, 56,0 milhões de toneladas; Sudeste, 19,1 milhões de toneladas; Nordeste, 12,2 milhões de toneladas; e Norte, 4,7 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, são constatados incrementos nas regiões Norte de 7,4%, Sudeste de 11,2% e Centro-Oeste de 25,9% e decréscimos nas regiões Sul (17,4%) e Nordeste (16,7%). Em 2012, o Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,9%, seguido pelo Paraná, com 19,1% e Rio Grande do Sul, com 12,1%. Somados, estes estados representam 56,1% do total nacional.

Estimativa de novembro de 2012 em relação à produção obtida em 2011

Dentre os 26 produtos selecionados, 11 apresentam variação positiva em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (25,6%), amendoim em casca 2ª safra (3,7%), aveia em grão (11,9%), cacau em amêndoa (4,0%), café em grão – arábica (15,6%), café em grão – canéfora (9,8%), cebola (5,5%), cevada em grão (3,1%), feijão em grão 3ª safra (10,0%), milho em grão 2ª safra (73,4%) e sorgo em grão (4,9%). Com variação negativa: algodão herbáceo em caroço (-2,2%), arroz em casca (-15,1%), batata-inglesa 1ª safra (-8,5%), batata-inglesa 2ª safra (-19,0%), batata-inglesa 3ª safra (-12,6%), cana-de-açúcar (-7,6%), feijão em grão 1ª safra (-36,3%), feijão em grão 2ª safra (-1,8%), laranja (-3,9%), mamona em baga (-74,9%), mandioca (-3,5%), milho em grão 1ª safra (-2,6%), soja em grão (-12,5%), trigo em grão (-14,9%) e triticale em grão (-0,6%).

Destaques na estimativa de novembro em relação a outubro 2012

AMENDOIM (em casca) 2ª safra – O país produziu, em 2012, 16.335 toneladas do produto. Em relação a outubro, o decréscimo é de 12,8%. A área colhida sofreu redução de 16,0%. As maiores quedas ocorreram no Nordeste, em função de retificações, dada a gravidade da estiagem que se prolongou por todo o ano. Este resultado é atribuído principalmente à Bahia, segundo maior produtor, com 38,3% do total nacional produzido e que apresenta redução de 17,8%.

FEIJÃO (em grão) Total – A produção de feijão em grão, estimada em 2.814.388 toneladas, indica redução de 1,0% frente a outubro. O feijão 2ª safra, em relação ao último levantamento, registra redução de 2,5% decorrente da diminuição de 3,6% na área colhida, apesar do rendimento médio ter aumentado 1,1%. Esta redução deve-se principalmente à região Nordeste, que, com participação de 11,8%, teve sua produção reduzida em 18,7% devido à estiagem.

MAMONA (baga) – Em novembro, a cultura apresentou queda de 1,3% na produção e de 1,6% na área colhida.

SORGO (em grão) – A previsão de produção do sorgo em novembro é de 2.002.013 toneladas, indicando um crescimento de 0,9% em relação a outubro. A área colhida e a produtividade estão crescendo 0,7% e 0,2% respectivamente. O destaque para o mês foi Goiás, que informou um aumento de produção de 2,3% (18.332 t), reflexo de reavaliações positivas na área colhida (2,1%) e no rendimento (0,2%). É o segundo maior rendimento médio do país (3.360 kg/ha), somente perdendo para Minas Gerais (3.549 kg/ha), que este mês não informou alteração em sua estimativa de produção.

Perspectivas para a produção agrícola de 2013

Dentre os dez produtos de maior importância analisados para a próxima safra de verão, seis apresentam variações positivas: arroz (1,3%), feijão 1ª safra (26,5%), fumo (6,9%), mandioca (2,8%), milho 1ª safra (7,4%) e soja (23,9%). Com decréscimo, estão o algodão (-22,5%), amendoim 1ª safra (-7,8%), batata-inglesa 1ª safra (-1,1%) e cebola (-4,0%). Com relação à área prevista, apresentam variação positiva o arroz (0,1%), feijão 1ª safra (18,4%), milho 1ª safra (4,6%) e soja (7,5%). Os produtos que devem ter retração são o algodão herbáceo (-22,4%), amendoim 1ª safra (-0,3%), batata-inglesa 1ª safra (-3,9%), cebola (-0,6%), fumo (-0,3%) e mandioca (-4,8%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – O prognóstico do algodão herbáceo para 2013 considera a redução na área de cultivo em 24,5% frente a 2012. Com informações dos estados que, somados, representam 96,8% da produção, a previsão de redução é de 1.111.594 toneladas. Só em Mato Grosso, maior produtor nacional, a redução deve ser próxima de 800.000 toneladas, reflexo da intenção de plantio de outras culturas em áreas que foram destinadas ao algodão no ano anterior. Na Bahia, a redução da área de plantio é próxima de 30%, assim como a produção.

ARROZ (em casca) – A estimativa de produção é de 11.561.805 toneladas, sendo 1,3% maior que em 2012, enquanto a área plantada está caindo 1,1%, a área colhida e o rendimento médio estão aumentando 0,1% e 1,2% em relação a 2012. O Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, contribuindo com 67,2% da produção de arroz, deve colher 7.767.237 toneladas, um aumento de 0,5% em relação ao ano passado. Santa Catarina, segundo maior produtor, está informando uma safra de 1.100.610 toneladas para 2013, prevendo um aumento de apenas 0,3% em relação a 2012, enquanto o Mato Grosso, terceiro maior produtor, está informando uma produção esperada de 483.184 toneladas, 5,8% maior que em 2012.

FEIJÃO (em grão) 1ª safra – A segunda estimativa da produção de feijão 1ª safra para 2013 é de 1.572.293 toneladas, sendo 26,5% maior que a colhida em igual período de 2012. Em relação ao 1º prognóstico, realizado em outubro, o acréscimo é de 3,1%. O rendimento nacional aumenta 6,8% em relação a 2012 e 2,5% quando comparado ao rendimento estimado no 1º prognóstico, em outubro. O maior produtor de feijão 1ª safra é o Paraná, devendo participar com 22,7%. A área plantada ou a plantar cai 15,9%, o rendimento médio deve crescer 21,9%, refletindo em um aumento de 2,5% na produção, que deve alcançar 356.561 toneladas. Todas estas variáveis decrescem, quando comparadas ao prognóstico de outubro. Em Minas Gerais, segundo maior produtor, participando com 15,6% da produção estimada, espera-se uma safra de 245.846 toneladas, sendo 12,4% superior à obtida em 2012.

MANDIOCA (raízes) – Embora as áreas plantadas e a serem colhidas em 2013 estejam caindo 9,3% e 4,8% respectivamente, em relação a 2012, a estimativa de produção está crescendo 2,8%, devendo alcançar 25.131.715 toneladas de raízes. Este aumento de produção é creditado à elevação de 8,0% no rendimento médio do país, que está sendo puxado para cima pelo Piauí (120,8%), Bahia (16,2%) e pela projeção de acréscimo de 8,0% no rendimento médio dos outros estados que ainda não informaram e que representam 59,4% da produção total brasileira (projeção).

MILHO (em grão) 1ª safra – Neste 2º prognóstico, espera-se uma produção de 35,7 milhões de toneladas, 7,4% maior que a de 2012 e 2,8% maior que o primeiro prognóstico. A área plantada, estimada em 7,4 milhões de hectares, aumentou 1,0% e o rendimento médio (4.832 kg/ha), 1,7% em relação ao último levantamento. Observa-se uma previsão de redução de área plantada (-3,9%) quando comparado com a última safra, devido à perda de área para a soja, que, no momento do plantio, é mais interessante que o milho. Comparativamente à safra de 2012, o Paraná prevê uma queda de 12,2% na área do milho 1ª safra, em função do plantio da soja. Já o Rio Grande do Sul estima crescimento de 54,2% devido à recuperação do rendimento médio (48,1%), que foi baixo na última safra por problemas climáticos, enquanto a área plantada deve diminuir 4,8%. A Bahia estima produção 42,9% superior a de 2012 em uma área plantada 10% maior. O Piauí, considerado uma das últimas fronteiras agrícolas do Brasil, prevê aumento de 40,6% na produção.

SOJA (em grão) – A área destinada à soja deve aumentar cerca de 1.741.434 ha. Com ótimos preços praticados em negócios futuros, a quebra de safra em outros países e as boas perspectivas para 2013 estimularam o produtor a investir na cultura para a próxima safra. Em Mato Grosso, maior produtor, apesar da preocupação com o escoamento da produção, a previsão é de aumento de 10% na área de cultivo.

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