A 2010/2011 de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul deve crescer 65% em relação à safra anterior, aumentando de 23 milhões de toneladas para 38 milhões de toneladas com área plantada de 413 mil hectares, segundo estimativa apresentada nesta terça-feira (30/03) pelo presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda Filho.

Ainda conforme o levantamento, a produção de etanol deve ter elevação de 52%, saltando de 1,2 bilhão de litros para 1,9 bilhão de litros, enquanto a produção de açúcar crescerá 150%, elevando-se de 750 mil toneladas para 1,8 milhão de toneladas. “Na safra passada, o excesso de chuva afetou a qualidade da cana-de-açúcar e o reflexo disso foi a queda na produção final”, disse Roberto Hollanda, explicando o baixo desempenho da safra 2009/2010, já que a previsão era de crescimento de 70%, mas acabou ficando na casa dos 30%.

Segundo ele, enquanto no ano passado entraram em operação mais sete usinas, para este ano mais uma unidade vai iniciar os trabalhos, desta vez em Anaurilândia, elevando para 22 o número de usinas no Estado.

 Esse aumento refletirá diretamente no crescimento da produção com a elevação dos canaviais, maior qualidade da cana e, principalmente, um salto na mecanização da colheita, que deve chegar a 60% contra 30% registrada na safra 2009/2010.

 Qualificação Roberto Hollanda destaca que as novas usinas instaladas no Estado já têm 100% da colheita mecanizada e essa evolução do processo produtivo do setor sucroenergético gera o desafio da requalificação e reaproveitamento da mão-de-obra. “Hoje, empregamos 25 mil trabalhadores no Estado e para que essa massa não fique desempregada precisamos de parceiros como o Senai para qualificar essa mão-de-obra.

O Senai é um parceiro importantíssimo nesse processo, sendo fundamental manter essa interlocução com essa entidade especializada em capacitação industrial”, analisou.

Na avaliação dele, Mato Grosso do Sul se consolida outra vez como um dos players mais importantes no mercado nacional de açúcar e álcool, subindo da 7ª posição para a 6ª posição no ranking de maior produtor de cana de açúcar do Brasil na safra passada com relação à safra que se inicia. “A meta é galgar mais posições nas próximas safras”, previu, ressaltando que hoje o Estado um tradicional produtor de etanol – 74% da produção estadual é destinada para esse fim -, entretanto, as novas usinas que estão se instalando no Estado estão se voltando também para fabricação de açúcar e para a geração da bioeletricidade.