Os parquímetros inoperantes há 1 ano no Centro de fizeram com que motoristas que usam o estacionamento rotativo com frequência, não pagassem para estacionar na rua. Nesta semana, a prefeitura anunciou que a contratação de nova empresa para operar o parquímetro deve ser lançada em breve e o valor da hora pode chegar a custar 60% mais caro, R$ 4,40. O retorno da cobrança, no entanto, divide opiniões.

Carlos Mesa Cárceres, de 62 anos, mora há 32 no Centro, em um condomínio na Rua Dom Aquino, e por anos estacionou nas proximidades pagando o parquímetro. Ele lista uma série de problemas que deveriam ser inclusos no serviço da próxima empresa que vencer a licitação de convênio com a prefeitura, como o amparo a acidentes.

“Já bateram no meu carro, amassaram a placa, que paguei porque a empresa não cobria nada. Quando você vai no mercado, por lei, eles têm que te dar uma assistência se roubarem. Por que pagando por um serviço tem que ser diferente aqui?”, relata.

Carlos mora na região há 32 anos (Foto: Nathália Alcântara, Midiamax)

Claudemir Simão, de 51 anos, também convive na região e conta que prefere pagar estacionamento privado, pois não há caso exceda o horário comprado. “Se for para mais de R$ 4 a hora, compensa muito mais pagar mensalidade no privado, porque chega a R$ 110 por mês, fora que meu carro pode ‘dormir' lá e eu continuar pagando o que costumo pagar”.

Cobrança pode alterar rotina do trabalhador

O locutor Felipe Garcia fala sobre a realidade de quem costuma ocupar as vagas, que deveriam ser rotativas: o trabalhador da área central. Ou seja, o retorno da cobrança não seria bem visto por quem usa as vagas diariamente e por várias horas.

“Quem vem no Centro dia ou outro tem o perfil de preferir pagar estacionamento particular, porque é mais cômodo, está usando o parquímetro sem a cobrança quem vem trabalhar, aí tem que chegar cedo e pegar uma vaga. Se for cobrar, fica muito mais caro a hora de quem deve ficar o dia todo aqui”, retrata.

Felipe retrata que a maioria das vagas é ocupada por trabalhadores (Foto: Nathália Alcântara, Midiamax)

Nesse contexto, o vendedor Hugo Artheman reforça que isso retomaria o próprio nome do serviço. “Voltaria a ser estacionamento rotativo, hoje em dia não se acha mais vaga para estacionar aqui perto, só estacionamento privado. A competição por estacionar mais perto do trabalho é grande. Prefiro que volte a cobrança, principalmente depois da reforma no Centro, isso daria mais comodidade para o cliente que vem fazer uma compra rápida e paga R$ 4 pela hora e não R$ 10 no estacionamento particular”.

Também próximo a um trecho com parquímetro, Carlos Freitas diz que a cobrança seria válida com mais garantias para o consumidor, um retorno por fidelidade. “A empresa trabalha para arrecadação que circule a verba, o repasse para o município, mas não há nenhuma responsabilidade em casos de batida, de roubo ou furto, é pagar para deixar o carro em uma via pública”, finaliza.

Hugo sente que a rotatividade poderia ampliar procura de clientes no Centro (Foto: Nathália Alcântara, Midiamax)

Novo valor do estacionamento

O processo licitatório para contratação de uma nova concessionaria está em discussão. Secretário da (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), Odilon Júnior, disse ao Jornal Midiamax que o processo licitatório está na fase final e sendo analisado pelo CMDU (Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano).

Em nota, a Agereg informou que o estudo técnico para definir o valor da hora, que deve ficar em R$ 4,40, foi baseado no IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado). O valor é 60% maior do que os R$ 2,75 por hora cobrados pela Flexpark antes de deixar a operação do serviço.

“Este valor levou em conta a recomposição das perdas inflacionárias, bem como a evolução de fatores tecnológicos e técnicas para operação e do serviço de estacionamento rotativo previstos no edital de licitação e que precisam ser cobertas pela tarifa”, disse o secretário.

Segundo a Agereg, a expectativa é de que o processo de licitação seja lançado até o dia 2 de maio.