À espera de preço mais baixo, consumidores ainda encontram botijão de gás a R$ 135 em Campo Grande

Redução anunciada pela Petrobras deve deixar gás de cozinha cerca de R$ 9 mais barato

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Botijão de gás de cozinha está mais caro. (Foto: Arquivo / Midiamax)

Desde que a Petrobras anunciou a redução de 21,3% no preço médio de venda do gás liquefeito de petróleo (GLP), o consumidor sonha com a redução média de R$ 8,97 do preço final do gás de cozinha, especialmente depois do aumento do ICMS a partir de 1º de maio. Apesar das expectativas que permeiam o setor, botijão ainda pode ser encontrado a R$ 135 em Campo Grande. Afinal, empresas aguardam novas diretrizes para, então, aplicarem a redução de valores na Capital.  

Conforme anúncio da Petrobras na última terça-feira (16), o botijão de 13 quilos de GLP passa a ser vendido às distribuidoras por um valor, em média, de R$ 8,97 inferior ao atual. Se as distribuidoras repassarem a economia integralmente ao consumidor final, o botijão poderá chegar às residências a cerca de R$ 99,87.

Notícia foi bem recebida pelos campo-grandenses, uma vez que o preço médio do botijão de gás subiu R$ 7,49 em Mato Grosso do Sul desde 1º de maio devido ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que passou a valer com uma alíquota única em todo o país.

Na época, o Jornal Midiamax fez ronda de preços encontrados em Campo Grande, que variavam de R$ 120 a R$135, dependendo da marca e endereço de entrega. Um dia após anúncio da Petrobras, valores continuam os mesmos, mas empresários têm expectativas de redução para benefício do consumidor final.

Estoque antigo precisa ser vendido

Marcos Antônio Dultra, proprietário da Peddy Gás, afirma que o botijão na sua empresa é vendido numa média de R$ 115 a R$ 120, mesmo valor pontuado no início de maio. Ele alega ao Jornal Midiamax que aguarda a redução do valor para, então, comprar estoque e poder vender com o preço novo. Por ora, o valor antigo segue valendo.

Além disso, comenta que a redução integral só vai chegar aos consumidores se, antes, chegar ao comércio. Marcos deve abastecer o novo estoque na sexta-feira (19) e ver como estará o valor no dia.

“Se tiver a redução vai melhorar o poder de compra e acredito que vai melhorar as vendas, vai facilitar mais o acesso do produto ao pessoal de baixa renda. Vai trazer alento ao coração do consumidor que já vem sofrendo com o aumento pequeno do salário mínimo. Mas, para que a redução de fato ocorra, ela não pode se perder no meio da trajetória caso algum distribuidor não repasse 100% essa redução, apenas parcialmente”, exemplifica.

Assim, Marcos pontua que, para os pontos de vendas comercializarem o botijão de gás com valor mais barato, o preço da companhia para revenda também precisa ser significantemente menor. Se a redução for integral, o produto na sua empresa passaria a ser comercializado a R$ 100, por exemplo.  

Acordo entre empresas e companhias

O mesmo é observado por José Miranda, dono da Copagaz Expresso.  Antes de vender mais barato para o consumidor, o preço baixo precisa vir da companhia. “Não tem como reduzir por algo que comprou mais caro”, pontua.

Por lá, o botijão da Copagaz é comercializado a R$ 135, podendo variar de acordo com o endereço da entrega. Se houver a redução, produto poderá ser comercializado a R$ 125. Porém, elenca que medida da Petrobrás ainda é muito recente e acredita que mudanças devem ser observadas em três dias.

Para outro comerciante de GLP, “quando sobe é da noite para o dia, mas quando abaixa demora uma semana a 10 dias até chegar com desconto para as empresas e nunca é o valor que foi diminuído pela Petrobras”.

Com o botijão vendido a R$ 120, empresa aguarda redução de R$ 8,97, o que voltaria o preço ao patamar observado antes do aumento devido ao ICMS.

Mudança de preço será monitorada pelo Procon

O Procon-MS (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor), órgão vinculado a Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), afirma que vai monitorar a aplicação das mudanças de preço.

“Lembrando que é recomendável negociar com o revendedor um desconto e sempre exigir nota fiscal da compra, pois ela constitui garantia de procedência do produto e que o estabelecimento está regulado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)”, informa o órgão.

Caso o consumidor tenha dúvidas sobre o cumprimento da redução, ele pode recorrer aos canais de atendimento do Procon/MS pelo telefone 151 e formulário online no site.

Entenda a redução anunciada pela Petrobras

A Petrobras anunciou na terça-feira (16) uma redução de 21,3% no preço médio de venda do gás liquefeito de petróleo (GLP). A medida faz parte do que o presidente da companhia, Jean Paul Prates, classificou como uma nova estratégia comercial de preços da petrolífera para o mercado interno.

A partir desta quarta-feira (17), a Petrobras venderá o botijão de 13 quilos de GLP às distribuidoras por um valor, em média, R$ 8,97 inferior ao atual. Se as distribuidoras repassarem a economia integralmente ao consumidor final, o botijão poderá chegar às residências pelo preço médio de R$ 99,87.

Além da redução do preço do GLP, a nova estratégia comercial da petrolífera também inclui uma diminuição dos preços médios de venda de diesel e da gasolina.

A redução dos preços dos produtos para revenda, no entanto, depende de vários fatores, como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.

Para Zenildo Dias do Vale, presidente do Sinergás (Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste), o botijão de 13 quilos poderá ser encontrado com preço inferior a R$ 100

“É uma variação muito positiva porque o consumidor já estava cansado dos altos preços. Mato Grosso do Sul, já sentiu uma com a alta taxação do ICMS cobrado pelo Governo Estadual, então, essa redução vem como um alívio”, comenta Zenildo. 

Valor médio do botijão de gás

Conforme resumo semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), na semana entre os dias 7 e 13 de maio, o valor médio do botijão de 13 litros custava R$113,81, o nono mais caro do País. O valor mínimo encontrado no Estado foi R$ 99 e o máximo R$ 138. Já em Campo Grande, o preço atingiu R$ 111,47, mínimo R$ 99 e máximo R$ 120.

*Com informações da Agência Brasil

*Matéria atualizada às 12h36 para acréscimo de informações.

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