‘Fique em casa’ movimentou mercado imobiliário e construção civil em MS na pandemia, aponta setor

Especialistas do setor indicam que mesmo com pandemia, mercado imobiliário continuou movimentado

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Embora a crise em outros setores, durante a pandemia da Covid-19, especialistas da área garantem que o mercado imobiliário em Mato Grosso do Sul continua movimentado e crescendo neste ano, elevadas pelas medidas de ‘fique em casa’. O PMI (Painel do Mercado Imobiliário) da plataforma imobiliária Kenlo, desta sexta-feira (23), indica crescimento de 94% no trimestre, comparado ao do ano passado.

Dados da plataforma aponta que houve o aquecimento é gradativo, pois, no primeiro trimestre de 2020 o cenário era de queda nos negócios. Para se ser uma ideia, em março deste ano, mais de 8,2 milhões de pessoas visitaram sites imobiliários, representando aumento de 29% aos meses anteriores, enquanto no mesmo período do ano passado, foram 6,1 milhões.

O número pode ser visto como indicador de interesses de famílias no consumo de bens duráveis de nstituições financeiras ou por linha de crédito para compra de imóveis no país, segundo a Kenlo.

Outro balanço é de conclusão e fechamento de transações. Em março, 5.792 moradores finalizaram a compra do imóvel, enquanto em 2020, foram apenas 2.459. Comparando com a pandemia, antes do primeiro caso confirmado, 93 famílias fechavam negócio, atualmente, em média 141 moradores garantam a assinatura e finalizam a compra.

Além das moradias novas, a venda e aluguel de imóveis usados somaram 15.499 negócios neste ano, sendo que antes o índice era de 8.160 no ano anterior. Os dados foram coletados entre mais de 7,5 mil imobiliárias e 44 mil corretores de imóveis do Brasil

Expectativa

Em fevereiro de 2021, a Abecip (Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) registrou que o país bateu recorde nominal com R$ 12,45 bilhões no mercado, número maior já atingido desde 1994. Além de ser 1,2% superior ao de janeiro e quase o dobro do mês em 2020, antes da chegada da pandemia, o aumento é de 95,3%.

A associação ressalta o acumulado nos primeiros meses do ano, que representa mais de R$ 24 bilhões. Os financiamentos alcançaram 105,69 mil unidades habitacionais, o dobro de imóveis financiados com recursos de poupança do ano anterior.

Ainda conforme a Abecip, a expectativa é que o financiamento imobiliário com recursos da poupança cresça 27% em 2021 em relação a 2020, ultrapassando o recorde da série histórica.

 “Durantes as restrições, empresas continuaram com plantão de vendas e a construção civil também não parou, por ser serviços essenciais. Este ano, esperamos dobrar a procura por maiores ofertas de financiamento. No Brasil, são 4 tipos de financiamentos disponíveis. Pelo SFH, SHI, Minha Casa Minha Vida e por linha pró-cotista. Esperamos novas alterações na legislação para melhorar o cenário”, presidente Sicovi-MS (Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul), Marcos Augusto Netto.

Fique em casa

Netto relata que desde a chegada do coronavírus, no início o setor já estava com os negócios retraídos, porém, com a evolução e medidas restritivas, os moradores acabaram investindo mais em moradias.

“Na pandemia, o mercado experimentou um crescimento por conta das medidas de isolamento, pois o bem-estar familiar foi mudando por mais tempo em casa. A maior parte das famílias querem a casa própria e buscaram investir nisto. Na construção civil, aqueles que já possuem imóveis investiram na reforma de um quarto, de um banheiro, de um puxadinho, isso a longo prazo, comprando um saco de cimento e mexendo aqui e ali”, finaliza.

 

Conteúdos relacionados