Com litígio em MS, Conselho proíbe Ifood de pedir exclusividade de restaurantes
O Ifood está proibido de firmar novos contratos que contenham acordo de exclusividade, bem como não poderá alterar contratos já celebrados sem cláusula de exclusividade. A medida preventiva foi imposta pela Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na quarta-feira (10) e, inicialmente, tem validade até a o tema seja julgado pela Justiça. No […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
O Ifood está proibido de firmar novos contratos que contenham acordo de exclusividade, bem como não poderá alterar contratos já celebrados sem cláusula de exclusividade. A medida preventiva foi imposta pela Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na quarta-feira (10) e, inicialmente, tem validade até a o tema seja julgado pela Justiça.
No início da semana, o Midiamax noticiou que um comerciante de Campo Grande acionou a Justiça cobrando R$ 222 mil, por ter sido impedido de operar com a plataforma depois de renovar o contrato de exclusividade. O empresário diz que não cometeu nenhuma irregularidade e que de forma abrupta foi banido do sistema. O valor que ele pede é referente à multa contratual, bem como indenização por danos morais.
De acordo com o Cade, a investigação teve início a partir de denúncia formulada pela concorrente Rappi Brasil em setembro do ano passado. A empresa alega que o iFood tem posição dominante no mercado de pedidos on-line de comida e usa essa condição para adotar práticas restritivas à concorrência, por meio da celebração massiva de contratos de exclusividade com restaurantes parceiros.
Segundo a representação da Rappi, a estratégia adotada pelo iFood cria forte incentivo à adesão dos restaurantes ao modelo de negócio restritivo, o que provoca fechamento do mercado para plataformas concorrentes. Além disso, tem potencial de causar barreiras à entrada de novas empresas no setor, principalmente porque seriam utilizadas cláusulas contratuais de longo prazo e aplicadas multas pela rescisão da exclusividade prevista.
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) também apresentou ao Cade, em dezembro passado, denúncia contra o iFood. Em sua representação, a entidade observou que, desde o início da pandemia, os aplicativos de pedidos on-line de comida passaram a ser canais de vendas ainda mais relevantes para bares e restaurantes, que são os seus filiados. Desse modo, considerando que o iFood é líder de mercado, afirma que os estabelecimentos teriam se tornado dependentes dos serviços da plataforma, ficando sujeitos a firmar acordos de exclusividade.
A concorrente Uber Eats, por sua vez, entrou com pedido de intervenção como terceiro interessado no processo de investigação no Cade, reforçando os argumentos de que a política de celebração de acordos de exclusividade do iFood constituiria barreiras à entrada e à expansão de concorrentes no mercado.
Ao abrir o procedimento preparatório para apurar as acusações, a SG/Cade verificou que, além de elevada participação de mercado, o iFood desfruta da “vantagem do pioneiro”, detendo posição dominante no setor de plataformas digitais de delivery, cuja análise será aprofundada ao longo da investigação. A adoção de cláusulas de exclusividade por agentes com essas características tem alto potencial de prejudicar a concorrência entre as empresas.
De acordo com a Superintendência, soma-se a isso o fato de que o iFood estaria firmando os contratos principalmente com restaurantes considerados estratégicos, que atuariam como chamarizes de clientes para as plataformas. As exclusividades estariam sendo firmadas, inclusive, mesmo após a abertura do procedimento de apuração no Cade.
Medidas
Para evitar prejuízos ao mercado e garantir o regular funcionamento das empresas no setor de serviços de pedido e entrega on-line de comida, a SG/Cade adotou a medida preventiva. O iFood não poderá firmar novos contratos que contenham acordo de exclusividade. A Superintendência também estabeleceu que a empresa não deverá alterar contratos já celebrados sem cláusula de exclusividade, para fazer constar a previsão restritiva, até decisão final do caso.
Na medida preventiva, o Cade definiu que o iFood poderá manter os contratos com cláusula de exclusividade já firmados com parcela de restaurantes que integram a sua carteira. No entanto, no término da vigência, esses contratos somente poderão ser renovados contendo o dispositivo de exclusividade caso seja interesse de ambas as partes, e desde que a empresa observe o limite de um ano de duração (sem limite de renovações por igual período de tempo), até decisão final sobre a ilicitude ou não da conduta pelo Cade.
Por outro lado, se o iFood renovar contrato que continha previsão de exclusividade, pactuando um novo que não insira essa previsão, não poderá incluir o dispositivo em renovações subsequentes, enquanto durar a medida preventiva. Isto é, se a empresa deixar de acordar exclusividade com um estabelecimento durante a vigência da medida imposta pelo Cade, não poderá voltar a acorda-la em uma renovação futura, até manifestação final do órgão antitruste.
A Superintendência-Geral ressalta, no entanto, que poderá rever, ao longo da investigação, as condições estabelecidas para esses casos, podendo determinar a suspensão dos contratos com exclusividade, caso entenda que tal medida seja importante para garantir a rivalidade no mercado.
O que diz o Ifood
Por meio de nota, iFood disse que recebe com tranquilidade a decisão da Superintendência-Geral do Cade, que mantém em vigor os contratos firmados pela empresa com os seus parceiros exclusivos. “A preservação dos contratos é medida importante para garantir segurança jurídica ao setor e permite que o iFood continue apoiando o crescimento dos seus parceiros exclusivos, especialmente em um momento tão desafiador. O iFood tem convicção de que as suas políticas comerciais são legítimas e pró-competitivas, e beneficiam especialmente os próprios restaurantes. A empresa seguirá cooperando com o Cade, como sempre fez, para esclarecer quaisquer dúvidas e preocupações que a autoridade possa ter”.
Com informações do Cade
Notícias mais lidas agora
- Duas pessoas são presas por deixar travesti com 90% do corpo queimado após discussão em boate de Campo Grande
- VÍDEO: Mulher cai de terceiro andar do Condomínio “Carandiru” em Campo Grande
- Missionária sul-mato-grossense morre de malária em Angola
- Fugindo de aluguel, 75 famílias invadem terreno baldio no Paulo Coelho Machado
Últimas Notícias
Criança desaparecida há dois dias é localizada com desconhecida em Nova Andradina
O menino foi encontrado com a mulher e outras crianças. Ele foi devolvido à mãe
MPMS manda prefeito de Ivinhema rescindir contrato com escritório de advocacia por falta de licitação
Promotor não concordou com justificativa da prefeitura para fazer a contratação direta
Com alta dos casos de dengue, MS vai receber 41,7 mil testes rápidos do Ministério
A ação inédita acontece em período de alta de casos da doença, que cresce em época de verão
Dois são presos transportando maconha em rodovias federais de Mato Grosso do Sul
Veículos eram roubados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.