Consumidor não percebe queda na inflação, apesar de IBGE mostrar redução

Segundo pesquisa do IBGE a queda nso preços de elimentos, como carne conbtribuíram para diminuir o índice

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Segundo pesquisa do IBGE a queda nso preços de elimentos, como carne conbtribuíram para diminuir o índice

A taxa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) baixou 0,28% pontos percentuais do mês passado para cá. Em fevereiro a taxa registrava 0,53%, este mês caiu para 0,25%. De acordo com dados divulgados hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os preços dos alimentos ajudaram a baixar o índice. A taxa relativa aos alimentos passou de 0,29% em fevereiro para 0,22% em março.

Contudo, os consumidores, os principais interessados, não perceberam esta baixa. Sueli Ferzeli, 66 anos, dona de casa foi às compras nesta quinta-feira e disse não ter notado redução, apesar de fazer compras pelo menos uma vez na semana.

“Nada de baixa. Venho ao mercado, no mínimo uma vez por semana, e não verifiquei redução alguma. Não vejo nada barato. O tomate está cerca de R$ 3,90, não tem como estar baixo”, apontou.

A opinião de Sueli vai de contra com o resultado da pesquisa, que aponta baixa nos preços do tomate de -3,82% para -16,33%. Outros alimentos que também ficaram mais baratos no período foram o açúcar cristal (de -1,82% para -2,57%) e o queijo (de 0,57% para -0,85%).

Já entre os que pesaram mais no bolso do consumidor estão a cebola (de 1,13% para 15,36%), o feijão-preto (de 9,76% para 7,68%) e as frutas (de 0,58% para 4,7%).

Quanto a este resultado a consumidora concorda. “As frutas estão muito caras. É até difícil pra gente comprar”, disse.

Elizângela Dantas Danova, 39 anos, designer, disse que não percebeu baixa alguma em nada. Segundo ela, está tudo muito caro e até evita fazer pesquisas porque se sente desestimulada com os altos preços. “Se for fazer muita pesquisa já desisto de comprar”.

O estudo revela ainda que as carnes, que tiveram queda de 1,57% no período, exerceram a principal pressão para baixo no índice de março, tendo contribuído com -0,04 pontos percentual.

A redução do preço do produto também não refletiu no bolso dos consumidores. A arquiteta Valéria Resende, 42 anos, disse comprar carne mensalmente e não percebeu diferença no preço do mês passado para cá. “Não vejo diferença alguma”, observou.

Outra consumidora disse ainda que ao contrário do que aponta o estudo ela notou aumento no preço da carne, principalmente nos corte de primeira.

Já o açougueiro Rubens Eugênio da Silva disse que houve baixa sim. Segundo ele, alguns cortes como alcatra, contrafilé, costela e patinho chegaram a diminuir cerca de 20%. O resulta foi o aumento da venda dos produtos.

Outros grupos

Os grupos artigos de residência (de 0,22% para -0,31%) e comunicação (de 0,03% para -0,49%) também pressionaram para baixo o IPCA-15 de março.

As despesas pessoais (de 1,07% para 0,6%) tiveram alta menos intensa do que em fevereiro, com a contribuição do item empregado doméstico (de 1,78% para 1,38%). O mesmo movimento foi observado em habitação (de 0,48% para 0,44%), com a influência dos preços de aluguel residencial (de 1,2% para 0,45%) e de condomínio (de 0,68% para 0,48%).

Já os gastos com vestuário (de -0,33% para 0,16%) e transportes (de -0,05% para 0,11%) subiram no período.

Cálculo do IPCA-15

Para calcular o IPCA-15, foram coletados preços entre 11 de fevereiro e 14 de março e comparados àqueles vigentes de 14 de janeiro a 10 de fevereiro de 2012 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de até 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a diferença está no período de coleta dos preços.

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