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Cotidiano

Gripe aviária no Brasil: o que se sabe até o momento

Detecção de caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP - H5N1) em uma granja comercial fez mercados externos suspenderem importações
Osvaldo Sato -
(Foto: Wilson Dias, Agência Brasil)

A detecção do primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP – H5N1) em uma granja comercial no , em Montenegro, teve como principal consequência a suspensão das importações de carne de frango e ovos pelos principais mercados consumidores.

Em meio a investigações contínuas e a um rigoroso protocolo de 28 dias para restabelecer o status de “país livre de gripe aviária”, a principal mensagem é de que, apesar do cenário desafiador para o setor produtivo, o consumo de carne de frango e ovos permanece seguro para a população.

Em 10 pontos, o Jornal Midiamax preparou uma lista para explicar toda a crise da gripe aviária no :

1 – Caso foi detectado em granja comercial no RS

O Rio Grande do Sul tem enfrentado a detecção de casos de Influenza Aviária (H5N1) de Alta Patogenicidade (IAAP), popularmente conhecida como gripe aviária. O foco foi confirmado em um matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro, marcando o primeiro caso em granja comercial no Brasil desde 2006.

Além disso, o estado registrou outros focos em aves silvestres. São estas cisnes e patos, em locais como a Lagoa Mangueira e o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. 

2 – Trabalhador com sintomas de gripe aviária

Logo após a detecção, um trabalhador que teve contato com as aves em Montenegro foi isolado e passou por exames. Ele teria apresentado sintomas gripais. Entretanto, os resultados foram negativos para a gripe aviária

As amostras coletadas do funcionário foram analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), laboratório de referência nacional para vírus respiratórios. Assim, o resultado descartou a infecção pelo vírus da gripe aviária, bem como por outros vírus respiratórios como os da gripe comum e da COVID-19.

3 – Mercados externos suspendem importações

A confirmação do caso de gripe aviária gerou um impacto econômico significativo, com estimativas de prejuízos que podem chegar a bilhões de reais. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, viu diversos países, incluindo a China, a União Europeia, México, Coreia do Sul e outros, suspenderem total ou parcialmente as importações de produtos avícolas brasileiros

4 – Toneladas de frangos e ovos foram descartadas

Assim, em resposta a esses casos, o governo do estado do RS decretou estado de emergência zoossanitária. Também implementou medidas de contenção rigorosas para evitar a disseminação do vírus, incluindo o sacrifício de aves infectadas. Ainda mais, a destruição de ovos de granjas afetadas, além da instalação de barreiras sanitárias e visitas a propriedades rurais no raio dos focos.

Assim, o governo determinou o sacrifício de aproximadamente 17 mil aves matrizes que estavam no local. Essas aves, de produção de ovos férteis (para incubação), foram descartadas para conter a disseminação do vírus H5N1. Além disso, uma quantidade significativa de ovos também foi destruída como medida preventiva.

Foram rastreados e descartados ovos que já haviam saído da granja gaúcha e estavam distribuídos em outros estados, como Minas Gerais e Paraná. Ao todo, foram centenas de toneladas – apenas em Minas Gerais, foram 450 toneladas de ovos férteis descartadas. 

5 – Rio Grande do Sul instala barreiras

O governo do Rio Grande do Sul, em coordenação com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), instalou barreiras sanitárias em diversas regiões do estado. Essas barreiras têm como objetivo principal o controle rigoroso do trânsito de veículos e pessoas, especialmente aqueles envolvidos no transporte de aves e produtos avícolas. 

Assim, o trabalho nas barreiras inclui a desinfecção de caminhões, a fiscalização de documentos sanitários e, em alguns casos, a inspeção visual de cargas. O objetivo é evitar a disseminação do vírus para outras regiões do estado e para o resto do país. Com isso, garantir que apenas veículos autorizados e com as devidas precauções de biossegurança possam circular em áreas de risco. 

6 – Ministério abre investigações

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está com diversas investigações em curso para monitorar e conter a disseminação da gripe aviária no Brasil. Além do foco confirmado em Montenegro (RS), a pasta está investigando casos suspeitos em outros estados, como Tocantins, Santa Catarina, Ceará e Pará. São casos tanto em granjas comerciais quanto em criações de subsistência e aves silvestres. 

Essas investigações fazem parte da rotina da Defesa Agropecuária, mas o número se intensificou com a emergência zoossanitária. O Mapa tem atuado com rigorosos protocolos de biossegurança, incluindo a instalação de barreiras sanitárias e desinfecção de veículos. Também a vigilância ativa em propriedades rurais no raio dos focos e o abate imediato de aves e ovos em propriedades confirmadas com a doença. 

7 – Protocolo de 28 dias para retomar condição de ‘livre de gripe aviária’

O Brasil entra a partir de quarta-feira em um período de observação e controle rigoroso para recuperar seu status de “país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP)” pela Organização Mundial de Saúde Animal. Desta forma, o protocolo estabelecido pela OMSA prevê um período de 28 dias a partir do sacrifício das aves e da conclusão dos procedimentos de limpeza e desinfecção na propriedade afetada. 

Durante esse período, as autoridades sanitárias intensificam a vigilância e realizam testes contínuos para garantir que não haja novas ocorrências do vírus H5N1. Somente após a finalização bem-sucedida desse protocolo, sem novos casos confirmados, o país poderá solicitar à OMSA o restabelecimento de seu status sanitário. Isso é crucial para a retomada plena das exportações de produtos avícolas e a confiança dos mercados internacionais.

8 – Queda nos preços de frango e ovos

As suspensões de importação por parte da China e a União Europeia, podem levar a uma queda nos preços da carne de frango no mercado interno. Com a redução das exportações, parte da produção para o comércio exterior tende a seguir para o consumo doméstico. Essa maior oferta no mercado interno pode, por sua vez, gerar uma pressão para baixo nos preços do frango e, potencialmente, dos ovos. 

No entanto, é importante ressaltar que o governo e especialistas buscam acalmar o mercado, indicando que os impactos devem ser temporários, e que o consumo da carne de frango e ovos é seguro. A capacidade do Brasil de controlar o surto e de negociar a regionalização das restrições comerciais será crucial para determinar a extensão e a duração dessa possível queda de preços.

9 – Não há riscos no consumo de frango e ovo

De acordo com as autoridades sanitárias nacionais e internacionais, não há risco de contaminação por gripe aviária para humanos através do consumo de carne de frango ou ovos. Isso, desde que se cozinhe devidamente esses alimentos. 

O vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) é sensível ao calor e é eliminado em temperaturas de cozimento normais. A gripe aviária é uma doença respiratória que se transmite principalmente pelo contato direto e prolongado com aves infectadas, suas secreções (como saliva, muco e fezes) ou superfícies contaminadas.

10 – Qual a situação em Mato Grosso do Sul?

As autoridades estaduais afirmam que os protocolos de biossegurança animal estabelecidos em Mato Grosso do Sul são robustos e suficientes, mas devem reforçar a formação e qualificação dos produtores.

A principal preocupação é a restrição de exportação imposta pela China e outros países, que afeta as três plantas de abate do estado com grande participação no mercado internacional. Como não há uma reprogramação no alojamento de aves, os produtos seguirão para outros mercados e para o consumo interno.

Isso pode gerar um aumento da oferta no mercado doméstico.

As autoridades e produtores de Mato Grosso do Sul entenderam que o estado já possui um sistema de biossegurança robusto, descartando a necessidade de novas medidas drásticas de curto prazo, como barreiras sanitárias entre estados – uma postura alinhada com o MAPA, que busca a regionalização do bloqueio comercial. 

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