De alçapão voando a elevador emperrado: relembre perrengues enfrentados por usuários do transporte coletivo em 2024
Relembre alguns momentos críticos vividos por usuários do transporte coletivo em Campo Grande
Jennifer Ribeiro –
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Para quem precisa sair de casa com 2h de antecedência, pegar ônibus lotado diariamente e esperar por uma linha que faz rotas de 40 minutos ou mais, ler um relatório que classifica o transporte público de Campo Grande como ‘bom’ e ‘excelente’ realmente parece uma brincadeira de mau gosto. Em novembro de 2024, a pesquisa divulgada pela Agetran (Agência Municipal de Trânsito) pegou muito trabalhador de surpresa e até hoje reverbera, negativamente, com a possibilidade de aumentar a tarifa do transporte público nos próximos dias.
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Enquanto nada é definido, quem depende do ônibus cobra por melhorias. Na opinião de quem vive os perrengues diários, há quase uma unanimidade: se o serviço fosse melhor, até justificaria um aumento. Mas, sabemos, essa está longe de ser a realidade.
De alçapão voando a elevador emperrado, em 2024 o Jornal Midiamax registrou diversos momentos desafiadores vividos por quem depende do transporte público, contrariando, totalmente, a informação de que “o serviço do Consórcio Guaicurus é excelente para conforto, acessibilidade, pontualidade, qualidade da frota e pessoal a serviço”. Relembre!
Elevador travado
Acessibilidade é de longe um dos pontos a melhorar quando o assunto é transporte coletivo. Isso porque são frequentes as reclamações de usuários que dependem do elevador para embarcar e desembarcar dos ônibus alegando que ficaram “presos” na condução ou não puderam subir, porque a escada estava emperrada.
Em janeiro de 2024, por exemplo, o auxiliar administrativo, Nelson Corrêa, de 63 anos, não conseguiu desembarcar de um ônibus na Avenida Júlio de Castilho devido ao elevador que havia estrago.
Na época, ele relatou que já havia percebido, no embarque, que a escada estava perdendo força enquanto subia, e só não caiu porque o motorista o auxiliou. Enquanto os outros usuários desciam, ele precisou aguardar que o motorista resolvesse o problema. Quatro dias depois, Nelson não conseguiu embarcar em um ônibus pelo mesmo motivo.
E pra quem acha que ao longo do ano questões como esta pararam de acontecer, engana-se. Em novembro de 2024, um passageiro do transporte coletivo flagrou funcionários do Consórcio Guaicurus martelando a escada móvel de um coletivo para que uma criança em cadeira de rodas pudesse ser embarcada no veículo.
As imagens enviadas à reportagem mostravam três homens tentando fazer o mecanismo funcionar para que a criança fosse embarcada. Após vários minutos de marteladas e tentativas, a escada funcionou, segundo o passageiro.
Chove mais dentro do que fora
“Chove mais dentro do que fora”, sem dúvidas, é a frase que mais recebemos dos leitores em dia de chuva. Enquanto o temporal cai, quem está dentro do transporte coletivo precisa se espremer a outros usuários para fugir das goteiras ou de janelas que escorrem água para as poltronas.
Também em janeiro, um passageiro registrou goteiras em um dos ônibus que presta serviço à população. Nas imagens é possível notar um furo no teto do ônibus 3265 da linha 051, que faz trajeto entre o Terminal Bandeirantes e o Shopping Campo Grande. Na época, ele até ironizou dizendo que estava “refrescante”.
Outro caso ocorreu em um ônibus da linha 061. Nas imagens enviadas ao Jornal Midiamax, era possível identificar goteiras na condução, escorrendo água do teto e pelos vãos, impedindo o uso de diversos assentos.
“É um absurdo as pessoas pagarem caro na passagem e usufruir de um serviço precário. Está chovendo dentro do ônibus. As goteiras estão molhando as pessoas. São trabalhadores a caminho do serviço”, lamentou a leitora.
Em março, uma cena inusitada: o alçapão de emergência de um ônibus da linha 110 (Parque do Sol/Terminal Aero Rancho) se desprendeu do teto do coletivo. Com a peça fora do lugar, a chuva que atingiu Campo Grande invadiu a parte interna do ônibus. O cenário, claro, revoltou os usuários.
“Lata de sardinha”
Faça chuva ou sol, este é o principal problema vivido por usuários do transporte coletivo: a falta de espaço dentro dos ônibus. Nos horários de pico, então, as conduções se transformam em grandes – e abafadas – latas de sardinha.
Em uma das situações relatadas, eram 5h30 quando os passageiros se aglomeravam para entrar na linha 080 (Terminal Aero Rancho / Terminal General Osório).
Conforme uma passageira, havia pessoas se apertando ainda antes da catraca por não ter mais espaço. Também havia mães com crianças que precisavam se equilibrar para não cair durante o trajeto.
Nesta ocasião, a Agetran se manifestou. Conforme nota enviada, “houve um desacerto na operação em uma tabela, causando o atraso. Fora o ocorrido, a frota referida nesta linha está em conformidade com a demanda”.
Já em agosto, nas primeiras horas do itinerário, a linha 102 (Terminal Hércules Maymone ao Guaicurus) enfrentou lotação extrema. “O motorista gritava: ‘Vai para o fundo, pessoal, tem mais gente pra subir’. E o ônibus cheio, tão lotado que não tinha onde segurar. Atrasos e lotação acontece todo o dia”, descreveu uma leitora.
Atrasos recorrentes
Em novembro de 2024, ocorreu até protesto no Terminal Guaicurus devido a um atraso de ônibus. Na ocasião, trabalhadores fecharam uma pista da plataforma, interditando a passagem de coletivos.
Segundo uma recepcionista, que preferiu anonimato, a linha 075 (Terminal General Osório ao Guaicurus) estava 25 minutos atrasada, prejudicando a rotina dos trabalhadores.
Nas imagens é possível notar que o grupo se concentrava em uma das pistas da plataforma, com as estações lotadas. Segundo um servidor, a manifestação reuniu 20 passageiros.
Também em novembro, uma passageira entrou em contato com o Jornal Midiamax para informar que a linha 080, T. Aero Rancho / T. General Osório estava sem horário fixo e demorou horas para aparecer no ponto de ônibus, na Rua 13 de Maio, Centro de Campo Grande.
“Estamos há mais de um mês com o ônibus 080 sem horário fixo, estamos ficando das 21h20 até 23 horas na Rua 13 de Maio esperando ele passar e nada”, disse.
Superlotação e atrasos
Em agosto, passageiros que utilizam a linha 321 – Caiobá ao Centro de Campo Grande, foram pegos de surpresa com a cena de superlotação. Devido ao excesso de pessoas em pé, o motorista não parava nos pontos.
“É um descaso com a população do bairro Portal Caiobá. Os ônibus estão sempre cheios nunca param nos pontos. Muitas pessoas chegam atrasadas no trabalho. Eu estava cedo no ponto e nenhum parou. Infelizmente, os donos de empresa não entendem e descontam nosso atraso. Nos falaram que um ônibus havia quebrado hoje, mas todos os dias estão lotados”.
Nas imagens gravadas, há mais de 10 pessoas no ponto aguardando o ônibus. A linha se aproxima, mas há passageiros até mesmo na escada e porto do veículo.
Placas desfiguradas
Quem utilizou o transporte coletivo em janeiro de 2024 precisou ligar com a falta de configuração nos letreiros em linhas de ônibus em Campo Grande.
Na ocasião, alguns veículos que faziam itinerários pelos bairros estariam rodando como “Especial” ou “Recolhe”, enquanto a plaquinha com o destino estaria fixada no vidro.
Assim, só era possível identificar a rota quando o ônibus estava muito próximo da parada, deixando os usuários perdidos sobre qual linha se tratava. Quatro dias depois, o Consórcio Guaicurus padronizou os letreiros.
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