O Consórcio Guaicurus terá que indenizar uma cozinheira de 40 anos que se machucou após ônibus fazer uma manobra brusca no Terminal Aero Rancho, em Campo Grande. O caso aconteceu em 2019 e a sentença proferida no começo desta semana.
Na condenação, o juiz Fábio Henrique Calazans Ramos, da 13ª Vara Cível de Competência Residual, considerou a indenização como uma compensação à cozinheira e penalização ao Consórcio Guaicurus.
“Diante das circunstâncias que revestem o caso, revela-se razoável que a indenização pelo dano moral seja fixado em R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais), pois valor menor nãos e prestaria a cumprir com os fins da indenização, que, repita-se, são a compensação do sofrimento da vítima e a penalização do ofensor”, diz trecho da sentença.
A cozinheira também pediu ao juiz o pagamento de uma pensão vitalícia e também indenização por danos estéticos. Entretanto, Calazans entendeu que o acidente não causou danos que impossibilitassem a vítima de trabalhar ou que deixassem marcas aparentes.
Cozinheira bateu as costas
A vítima relata que em 2 de agosto de 2019 sofreu um acidente por volta de 6h30 dentro do ônibus, no terminal Aero Rancho. O motorista do coletivo teria passado em uma rampa e dado “um tranco”. Neste momento, a cozinheira bateu as costas em um dos bancos e depois caiu.
Ela precisou ser atendida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), sendo encaminhada para o Hospital Regional e, depois, para o CEM (Centro de Especialidades Médicas) de Campo Grande.
Conforme os autos da ação, a vítima sofreu lesões, escoriações e politraumatismo. Com o impacto, ela desenvolveu dor ciática e, posteriormente, depressão. A cozinheira também teve perda de força nas pernas e no braço direito, fato que levou a defesa a pedir a pensão vitalícia, já que ela não teria mais como realizar as atividades laborais na cozinha.

Reclamações do Consórcio Guaicurus
Além dos processos correndo na Justiça de Mato Grosso do Sul, o Consórcio Guaicurus também acumula reclamações diárias sobre o serviço prestado à população de Campo Grande.
Só nos últimos sete dias, ao menos 10 denúncias sobre o transporte coletivo foram feitas ao Jornal Midiamax. Isso sem contar tantos outros casos que ocorrem, mas não são comunicados. A cada dia que passa, passageiros precisam sair mais cedo de suas casas para conseguir chegar em seus compromissos no horário. Às vezes, nem isso basta.
É o caso da Nilza Brás, de 59 anos. A campo-grandense estava no ônibus da linha 517 – Leon Denizart / T. Hércules Maymone, que quebrou quando seguia sentido bairro/centro, lotado de passageiros, na manhã desta quinta-feira (20). Ela, como tantos outros, estava indo para o trabalho e, por volta das 6h30, precisou descer no meio do trajeto após o veículo apresentar problemas mecânicos.
Relatos indignados são feitos por usuários do transporte coletivo de Campo Grande nas redes sociais do Jornal Midiamax. Comentários que se multiplicam a cada nova publicação que expõe o serviço precário prestado aos campo-grandenses pelo Consórcio Guaicurus. Frotas sucateadas, superlotação, atrasos e pouca manutenção nos veículos são falhas muito comuns elencadas pela população.
Terminais superlotados
Nos terminais, o caos não é menor. Também na manhã desta quinta, uma usuária entrou em contato com o Midiamax questionando a demora do transporte e a superlotação dos terminais.
“É essa saga todos os dias de quem depende da linha 075. Não tem um fiscal para ajudar. Quando chega um ônibus, não cabe nem a metade de quem espera”, lamenta.
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