Fugindo de aluguel, 75 famílias invadem terreno baldio no Paulo Coelho Machado
Outras 60 famílias devem se juntar ao grupo nas próximas semanas
Jennifer Ribeiro, Layane Costa –
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Nesse sábado (18), 75 famílias da região do bairro Paulo Coelho Machado invadiram uma área privada, na Rua Araraquara. Os moradores alegam ociosidade do terreno e reivindicam a área para construção de casas. Por outro lado, o proprietário afirma estar em dia com as documentações e pede para que as famílias desocupem o local.
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Além das famílias que já demarcaram os lotes, outras 60 devem se juntar ao grupo nas próximas semanas. A maioria diz não ter casa própria e estar na fila da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande). Os novos moradores alegam que o terreno foi escolhido porque estava abandonado e servia apenas para descarte de lixo.
No local, parte dos lotes de 10×20 m2 já estão limpos. Conforme as famílias, a ideia não é construir barracos, mas, sim, casas de alvenaria. Agora, seguirão aguardando equipes da Prefeitura de Campo Grande para conversar sobre a permanência e assistência às famílias.
“Só queremos um terreno. A Prefeitura precisa vir aqui para conversar com a gente. Realmente queremos cuidar do local, toda a área verde está sendo preservada, não vamos deixar entrar na área verde. Vamos estar aqui para ouvir eles (prefeitura), não estamos correndo”, informou o representante nas demarcações em lotes, que não quis se identificar.
Espera na EMHA
Conforme moradores ouvidos pela reportagem do Jornal Midiamax, algumas famílias estão na fila da EMHA há mais de 6 anos. Embora renovem os cadastros frequentemente, nunca foram beneficiados com uma moradia. É o caso da diarista Luzinete Barbosa, de 48 anos, que aguarda por uma casa desde 2015.
“Tenho que ficar renovando o cadastro sempre. Pago aluguel de R$ 500, sou diarista. Fora pagar água e luz… Eu renovo a cada seis meses o cadastro e nunca consigo pegar uma casa. Já peguei uma demarcação de terreno agora. A maioria das pessoas que estão aqui pagam aluguel! Só queremos um lugar para morar, não nos negamos a pagar”, afirma.
Maristela Torres, 47 anos, está desempregada e mora de aluguel com a família de 4 pessoas. Ela conta que há mais de 20 anos aguarda por uma moradia e já não acredita mais que um dia será beneficiada.
“Eu sempre renovei, mas nunca chama. Mais de 20 anos que estou na fila de espera, já até desisti, porque são muitos anos na fila sem uma resposta. Pagamos R$ 800 de aluguel e apenas meu esposo está trabalhando”, conta.
Letícia Yasmim Mendes, de 28 anos, é auxiliar de cozinha e mãe solo de duas crianças. Ela também afirma que mantém seu cadastro atualizado na Emha, mas nunca foi chamada.
“Pago R$ 800 reais de aluguel e já faz uns nove anos que estou na fila de espera. Com o salário ‘malemá’ da pra sobreviver… Fora água, luz e comida, não tenho dinheiro para nada. Eu ganho roupas no brechó da igreja, vivo de doações. Espero que eles (prefeitura) deem ao menos um terreno para nós, forneça a água e luz e deixa tudo documentado, para a gente tentar viver dignamente ao menos”, pontua.
Prefeitura foi acionada
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para atualizar a situação e permanência dessas famílias no local, mas ainda não recebemos um retorno. O espaço segue aberto.
A Polícia Militar está no local. Para a reportagem, o proprietário da área falou que irá no local tentar falar com as famílias.
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