Você está com dengue? Confira os sintomas da doença que coloca MS em risco para epidemia

Campo Grande pode enfrentar epidemia se dengue tipo 3 voltar

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Mosquito Aedes aegypti. (Arquivo, Midiamax)

Os casos de dengue tiveram uma escalada no Brasil nas primeiras semanas de 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. A pasta afirmou que a vacinação contra a dengue será feita a partir deste mês, em duas doses, e começará por crianças e adolescentes. Em meio ao aumento de casos, o imunizante será aplicado em 521 municípios de regiões endêmicas do país.

Confira abaixo os principais sintomas da dengue, que geralmente duram sete dias

  • Febre alta;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Dor nas articulações;
  • Erupção cutânea.

Além disso, a SES recomenda ficar atento aos seguintes sinais de alarme

  • Dor abdominal intensa;
  • Vômitos persistentes;
  • Diarreia;
  • Fadiga;
  • Sangramento no nariz e gengiva.

A enfermeira da SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde), Bianca Modafari Godoy, ressalta que em casos de suspeitas de Dengue, a recomendação é manter-se hidratado e em repouso, além de buscar atendimento em uma unidade de saúde. 

“Importante ressaltar que não deve se automedicar, pois caso faça uso de anti-inflamatórios como aspirinas pode piorar a coagulação sanguínea e consequentemente o estado de saúde, já que a dengue pode causar hemorragia”, aponta.

Considerada uma das principais causas de arboviroses em todo o mundo, a dengue é mais frequente em zonas tropicais e subtropicais. A idade média de indivíduos infectados é de 34 anos e, apesar da maioria deste público desenvolver sintomas leves da doença, a dengue pode ser grave.

Como existem quatro tipos do vírus (Den-1, Den-2, Den-3 e a Den-4), ter sido infectado uma vez não protege de infecções futuras. Inclusive, a possível reinfecção está relacionada com quadros mais graves da enfermidade. Apesar disso, medidas simples para evitar a procriação de mosquitos são efetivas na prevenção da doença.

Prevenção

A prevenção da dengue inicia-se ao evitar a procriação do seu vetor: o mosquito Aedes aegypti. O inseto é atraído por reservatórios de água parada, uma vez que as fêmeas depositam os ovos na superfície da água limpa.

Tais recipientes podem ser garrafas vazias, pneus, latas, calhas, pratos de vasos de planta, caixas d’água descobertas, ou qualquer outro objeto capaz de armazenar água da chuva. Outra forma de prevenção é vacinar-se. As demais alternativas consistem na redução das chances de contato com o mosquito.

  • Evitar circular por áreas endêmicas ou com a presença do inseto;
  • Instalar telas de proteção em janelas e portas para evitar o acesso do mosquito aos ambientes internos, usar mosquiteiros;
  • Usar repelente;
  • Preferir roupas que protejam os braços, pernas ou qualquer área exposta do corpo.

Risco de epidemia em MS

O ressurgimento do sorotipo 3 da dengue acendeu alerta para uma nova epidemia no Brasil. Inativo por mais de 15 anos, a possível reintrodução do vírus representa, hoje, a maior preocupação das autoridades em saúde pública de Campo Grande. Em 2023, Mato Grosso do Sul registrou o maior pico de mortes dos últimos dois anos, com 42 óbitos.

Mesmo sem registros da dengue 3 no Estado, Veruska Lahdo, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), destaca que as ações serão voltadas para evitar a reintrodução do vírus e, por consequência, uma nova epidemia neste ano.

“Desde o ano passado vem ocorrendo a circulação da dengue 3 no país, que não circula em Campo Grande há 15 anos. Quando um vírus é reintroduzido após anos, o risco de uma nova epidemia é alto, mas por enquanto o cenário está tranquilo”, explica.

Segundo a superintendente, a última grande epidemia ocorreu na época em que o sorotipo 3 da dengue estava em circulação em Campo Grande.

Vacinação não cobrirá todos os públicos

A vacinação contra a dengue em Mato Grosso do Sul não cobrirá todos os públicos e não há previsão das doses chegarem ao Estado. A informação é do secretário estadual de saúde, Maurício Simões Corrêa, durante entrevista em evento da SES (Secretaria Estadual de Saúde) nessa quarta-feira (7), no Bioparque Pantanal, em Campo Grande.

“O público já está estabelecido, mas com essa explosão de casos no país, esse público pode ser ampliado ainda esse ano. Não tem vacina para todo mundo, diferente do município de Dourados. A indicação é por faixa etária”, destacou Simões.

“Estados que estão muito próximos de nós já vivem uma situação de epidemia, como Minas Gerais e Goiás, mas ainda temos chance de mitigar os impactos em nosso Estado. Em relação à vacina ainda não temos previsão, estamos esperando o Ministério da Saúde, mas ainda não há informações sobre a quantidade de doses”, afirmou.

Surto no Brasil faz parte de aumento em escala global

Em visita ao Brasil, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nessa quarta-feira (7) que o surto de dengue registrado no país faz parte de um grande aumento de casos da doença em escala global. Segundo ele, foram relatados, ao longo de 2023, 500 milhões de casos e mais de 5 mil mortes em cerca de 80 países de todas as regiões, com exceção da Europa.

Presidente da organização, Tedros Adhanom, visita o país.(Fábio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil)

Durante a cerimônia de lançamento do programa Brasil Saudável, Tedros lembrou que o fenômeno El Niño, associado ao aumento das temperaturas globais, vem contribuindo para o aumento de casos de dengue no Brasil e no mundo. O diretor-geral da OMS comentou ainda a vacinação contra a doença e disse que o país tem uma capacidade gigantesca de produção de insumos desse tipo.

“O Brasil está fazendo seu melhor. Os esforços são em interromper a transmissão e em melhorar o controle da doença”, disse. “Temos a vacina e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate”, completou.

Serviço:

Em caso de dúvidas, entre em contato com o Plantão CIEVS Estadual através do disque-notifica pelos telefones: (67) 98477-3435, 0800-647-1650 ou (67) 3318-1823.

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