A vacinação contra a dengue em não cobrirá todos os públicos e não há previsão das doses chegarem ao Estado. A informação é do secretário estadual de saúde, Maurício Simões Corrêa, durante entrevista em evento da SES (Secretaria Estadual de Saúde) nesta quarta-feira (7), no Bioparque Pantanal, em .

“O público já está estabelecido, mas com essa explosão de casos no país, esse público pode ser ampliado ainda esse ano. Não tem vacina para todo mundo, diferente do município de Dourados. A indicação é por faixa etária”, destacou Simões.

“Estados que estão muito próximos de nós já vivem uma situação de epidemia, como Minas Gerais e Goiás, mas ainda temos chance de mitigar os impactos em nosso Estado. Em relação à vacina ainda não temos previsão, estamos esperando o , mas ainda não há informações sobre a quantidade de doses”, afirmou.

A secretária da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Rosana Leite, destacou a importância do alinhamento conjunto de estratégias entre os estados e municípios para combater a dengue. “Aqui [em MS] reunimos as três gestões do SUS (Sistema Único de Saúde), federal, estadual e municipal. Tivemos a emergência em saúde pública de Covid e agora enfrentamos o risco de epidemia da dengue, se tem risco de aumento de casos tem risco de subir os óbitos”, disse.

Em relação a Campo Grande, a secretária destacou que ainda não houve necessidade de se acionar o COE (Centro de Operações de Emergências) para o combate da doença, mas caso seja necessário, o município está preparado para enfrentar a dengue.

“Como Campo Grande está sempre em alerta, ainda não tivemos a necessidade de acionar o COE, mas nossa sala de situação está ativada desde o ano passado para monitorar os casos. Não vivenciei uma epidemia de dengue, mas aprendemos com a Covid e estaremos preparados para o enfrentamento”, afirmou Rosana.

Vacinação pode ‘frear' possível epidemia

Em meio ao risco de uma nova epidemia, o início da vacinação em massa contra a dengue surge como a melhor alternativa para frear o cenário de risco. Prevista para ser iniciada ainda neste mês, a campanha vacinal terá como público-alvo crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, grupo de risco para a doença.

Vacinação contra dengue em Dourados. (Divulgação)

Ainda não há previsão para a data exata da chegada das doses e nem o quantitativo destinado a Campo Grande, mas, segundo Veruska Lahdo, seriam necessárias 150 mil doses para imunizar todo o público-alvo.

“A vacina está passando pelo controle do instituto de qualidade, o que ocorre com todas as vacinas introduzidas no SUS (Sistema Único de Saúde), por isso ainda não temos essa informação, mas deve chegar em breve”.

Lahdo esclarece que não há previsão que o público-alvo seja ampliado ainda este ano devido à capacidade de produção do laboratório. No entanto, a vacina do Instituto contra a dengue está próxima de ser encaminhada à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que pode resultar na ampliação do público-alvo.

“O Ministério da Saúde nos repassou que a estratégia para 2024 é imunizar crianças de 10 a 14 anos, caso o laboratório consiga entregar mais doses, esse público pode ser ampliado”.

O ciclo completo de imunização é atingido com as duas doses e a Qdenga apresentou, nos ensaios clínicos, ter eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Segundo o laboratório Takeda, a vacina garante imunização contra a dengue por até cinco anos.

A vacinação em massa é desenvolvida pela Sems (Secretaria Municipal de Saúde), em parceria com o laboratório japonês Takeda, que desenvolveu a vacina Qdenga. O imunizante já está disponível na rede privada de saúde e tem imunidade completa em duas doses, sendo que a segunda deve ser aplicada após três meses da primeira.

Maioria dos focos de dengue está nas residências

Em Campo Grande, sete bairros concentram o maior número de casos e seguem no radar da Sesau: Los Angeles, Noroeste, Centro Oeste, Núcleo Industrial, Parati, Nova Campo Grande e Rita Vieira. “Todo o trabalho do controle de vetores como fumacê, bomba costal, são direcionadas nessas regiões com maior número de casos e óbitos. Além das visitas de rotina nas casas para evitar os focos”, explica a superintendente.

Prevenção à dengue. (Divulgação)

Veruska Lahdo explica que mesmo sem um motivo aparente, as regiões críticas costumam se repetir todos os anos. Segundo ela, isso se deve à falta de conscientização por parte da população, uma vez que o maior percentual de focos é registrado nas residências.

“Existem pontos estratégicos que exigem mais atenção, como ferros-velhos, terrenos baldios, floriculturas, borracharias. No entanto, nesses bairros a grande maioria dos focos são encontrados nas casas, o que indicia que é preciso investir na conscientização da população”, ressalta.

Como prevenir?

Além da dengue, o mosquito Aedes aegypti também é transmissor de doenças como a chikungunya e o Zika Vírus, por isso, é essencial adotar medidas para evitar a proliferação e contaminação:

  • Evitar água parada, em qualquer época do ano, mantendo bem tampado tonéis, caixas e barris d'água ou caixas d'água;
  • Acondicionar pneus em locais cobertos;
  • Remover galhos e folhas de calhas;
  • Não deixar água acumulada sobre a laje;
  • Encher pratinhos de vasos com areia até a borda ou lavá-los uma vez por semana
  • Fazer sempre a manutenção de piscinas.

Sintomas

Os principais sintomas da dengue incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dor nas articulações e erupção cutânea. Além disso, a SES recomenda estar atento aos sinais de alarme, que podem incluir dor abdominal intensa, vômitos persistentes, diarreia, fadiga e sangramento de mucosas.

Bianca Modafari Godoy ressalta que, em casos de suspeitas de dengue, a recomendação é manter-se hidratado e em repouso, além de buscar atendimento em uma unidade de saúde. 

“Importante ressaltar que não deve se automedicar, pois caso faça uso de anti-inflamatórios como aspirinas pode piorar a coagulação sanguínea e consequentemente o estado de saúde, já que a dengue pode causar hemorragia”.

Serviço

Em caso de dúvidas, entre em contato com o Plantão CIEVS Estadual através do disque-notifica pelos telefones: (67) 9 8477-3435, 0800-647-1650 ou (67) 3318-1823.