Com o intuito de conter a disseminação e possíveis surtos de arboviroses, como a tipo 3, em , a SES (Secretaria de Estado de Saúde) anunciou um incentivo financeiro de R$ 4 milhões para custeio de ações de vigilância, prevenção e atenção à saúde nos 79 municípios do Estado.

A iniciativa é respaldada pelo alerta sobre o aumento das arboviroses no Brasil e pela circulação da dengue tipo 3 nas Américas, conforme notificação da OPAS em 5 de dezembro de 2023.

Em maio de 2023, o ressurgimento do sorotipo 3 do vírus da dengue no Brasil, inativo por mais de 15 anos em termos epidêmicos, gerou preocupação quanto a uma possível nova epidemia. Um estudo da Fiocruz caracterizou geneticamente os vírus relacionados a quatro casos registrados no país, em Roraima, na região Norte, e no Paraná, no Sul do país. Até o momento, não houve registros desse sorotipo em MS.

Conforme a resolução publicada no DOE (Diário Oficial do Estado), o recurso será proveniente do orçamento próprio da SES/FESA (Fundo Especial de Saúde), oriundo do Tesouro Estadual, no valor total de R$ 4.025.600,00, repassado mediante transferência ao Fundo Municipal de Saúde.

Esses recursos serão direcionados para ampliar a capacidade de atendimento na rede municipal de saúde, através da ampliação do horário de funcionamento das unidades básicas de saúde, fortalecer as ações de vigilância, adquirir medicamentos e insumos, e realizar atividades de mobilização para combater o mosquito Aedes aegypti.

MS registrou recorde de óbitos por dengue em 2023

Larvas do mosquito da dengue (Divulgação)

Em 2023, a dengue figurou entre as principais causas de óbito da população sul-mato-grossense. Com 42 mortes confirmadas, o Estado encerrou o ano com o 2º maior pico de óbitos da série histórica, criada em 2014, ficando atrás somente de 2020, quando 43 pessoas morreram pela doença.

Dados do Boletim Epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) no dia 3 de janeiro apontam que, ao longo de todo o ano de 2023, Mato Grosso do Sul registrou 41.046 casos confirmados da doença, o dobro dos casos registrados no ano anterior, que somaram 21.328 infectados.

Entre os 79 municípios de Mato Grosso do Sul, 75 foram classificados com alta incidência de casos prováveis, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Conforme o boletim, Terenos, Paranaíba, Tacuru e apresentam incidência média para doença.

Campo Grande liderou a lista de casos confirmados da doença, com 12.087, seguida por Três Lagoas (4.632) e Corumbá (2.300). Apesar da Capital apresentar altos números de contaminação, a cidade possui baixa incidência por número de habitantes. O município de Alcinópolis é responsável pela maior incidência de confirmações do Estado, com 9.036.

Vacinação em massa contra dengue deve conter alta de casos

Vacinação dengue
Vacinação contra a Dengue em (Divulgação)

A campanha nacional de vacinação em massa contra a dengue tem previsão de início em fevereiro. No, no último sábado (20), o anunciou a chegada de 750 mil doses da vacina Qdenga.

Os imunizantes integram um lote de 1,32 milhão de doses fornecido pela farmacêutica Takeda ao Ministério da Saúde. Além disso, o MS anunciou a aquisição de mais 5,2 milhões de doses, totalizando 6,52 milhões para o ano de 2024, com entregas programadas até novembro.

Os critérios de distribuição das doses foram estabelecidos pelo Ministério da Saúde em colaboração com o Conass, Conasems e representantes das secretarias de Saúde estaduais e municipais. A princípio, as vacinas serão enviadas para municípios de grande porte que apresentaram alta transmissão de dengue nos últimos dez anos, priorizando localidades com população igual ou superior a 100 mil habitantes.

Inicialmente, apenas cidades com mais de 100 mil habitantes receberão as doses. Em Mato Grosso do Sul – com exceção de Dourados que já iniciou a vacinação -, apenas e Três Lagoas devem receber as doses, ou seja, 76 dos 79 municípios ficarão de fora em MS.

A cidade de Dourados, a 229 km de Campo Grande, foi a primeira a vacinar contra a dengue, a campanha iniciou em 3 de janeiro. A expectativa é imunizar aproximadamente 150 mil pessoas entre 4 e 59 anos.

Imunizante apresentou 80% de eficácia

Vacinação (Divulgação)

O ciclo completo de imunização é atingido com as duas doses e a Qdenga apresentou, nos ensaios clínicos, ter eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Segundo o laboratório Takeda, a vacina garante imunização contra a dengue por até cinco anos.

A vacinação em massa é desenvolvida pela Sems (Secretaria Municipal de Saúde), em parceria com o laboratório japonês Takeda, que desenvolveu a vacina Qdenga. O imunizante já está disponível na rede privada de saúde e tem imunidade completa em duas doses, sendo que a segunda deve ser aplicada após três meses da primeira.