Na manhã desta segunda-feira (22), a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) demoliu duas casas em construção no Jardim Canguru, em Campo Grande. Além disso, outros moradores do local informam que receberam aviso de três meses para outras casas serem esvaziadas. O terreno onde os imóveis foram construídos foi ocupado pelas famílias há mais de 10 anos.

No local, em área ocupada na Rua dos Topógrafos, a reportagem do Midiamax conversou com alguns desses moradores. Ao todo, a área contava com três casas já construídas e outra duas em processo de construção. Estas foram as demolidas, após um aviso dado na sexta-feira (19).

Uma das moradoras é Dienyfer Roana, 21 anos, que afirma estar com a família no local há 12 anos. Na casa construída por seu pai, vivem ela, a mãe de 40 anos, as irmãs de 18 e 7 anos e o marido de 19 anos.

Após receber o prazo de três meses para deixar o local, ela afirma ter sentido um desespero. “Eu não faço ideia do que vamos fazer agora, porque investimos todo nosso dinheiro aqui, nossa vida”, disse.

Segundo ela, a área sempre foi um matagal e local de esconderijo para dependentes químicos. “Nós fizemos uma horta, limpamos o local, sempre cuidarmos daqui”, explicou.

Casas demolidas Canguru – Henrique Arakaki

Casas demolidas e avisos

Já Maxwell Ribeiro, de 18 anos, professor de música em uma Ong no Jardim canguru, teve a casa que estava em construção demolida. Ele afirma ter gastado R$ 7 mil no local.

“Era um sonho de ter a minha casa própria, trabalhei por dois anos juntando dinheiro e agora tudo desmoronado, derrubaram tudo, minha casa, meu sonho, tudo”, disse.

Ele explica que as outras três famílias que já estavam no local deixaram ele começar a construir ali, achando que não teria algum problema no futuro.

Casas demolidas Canguru – Henrique Arakaki

Outra moradora é Gessiane ferreira boles, de 30 anos e gestante. Ela afirma ter comprado parte do terreno por R$ 10 mil há um ano e meio. No local, vivem ela, o marido e avó do marido. “Vendemos a casa antiga da minha sogra para comprar aqui”, contou.

Segundo ela, a Emha deu esse prazo de três meses para deixar a casa e eles não sabem o que fazer. Questionada sobre a compra, ela relata que não tem documentos que comprovem a aquisição do terreno.

A reportagem procurou a Emha por e-mail e por telefone para saber o que a secretaria pode dizer sobre o assunto. Não houve retorno até a publicação. O espaço permanece aberto para acréscimo de informação.

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