O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (15) que vai priorizar a vacinação contra a dengue em e adolescentes, entre seis e 16 anos, a partir de fevereiro. Essa faixa etária é norteada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Segundo o diretor do PNI (Plano Nacional de Imunização), Eder Gatti, a pasta ainda vai decidir qual grupo deve ser beneficiado com o imunizante dentro desta faixa etária. “O grande desafio que nós temos hoje é que apesar do nosso esforço para incorporar a vacina e ter a vacina para oferecer à nossa população, a gente tem uma limitação de produção”, explica.

Isso porque o laboratório produtor garantiu apenas 5,2 milhões para que o Ministério compre, mais um quantitativo para doação, entre fevereiro e novembro. Conforme Gatti, ainda será discutido uma programação já que a pasta precisa discutir a operacionalização com os estados e municípios.

A vacinação foi discutida em primeira reunião da Técnica de Assessoramento em Imunizações, que avalia as estratégias para a distribuição e aplicação da vacina contra a dengue em todo o território nacional. O imunizante foi incorporado ao SUS em 2023.

Pioneira em Dourados

Pessoas traumatizadas com a doença foram as primeiras a se vacinar gratuitamente contra a dengue em  no último dia 3 de janeiro. Essa é a primeira campanha de vacinação contra a doença no Brasil, que estreou em Dourados.

A ação é inédita no país, sendo Dourados o primeiro município a imunizar a população com a Qdenga. A iniciativa acontece devido a uma parceria do município com o laboratório japonês Takeda, que vai destinar 300 mil doses da vacina para imunizar 300 mil habitantes da segunda maior cidade de .

Vacina tem 80% de eficácia contra dengue

O ciclo completo de imunização é atingido com duas doses. A Qdenga apresentou, nos ensaios clínicos, eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Segundo o laboratório Takeda, a vacina garante imunização contra a dengue por até cinco anos.

Gerente de imunização de Dourados, Edvan Marcelo Marques afirma que o trabalho desenvolvido durante a fase crítica da pandemia da covid-19 mostrou a capacidade do setor em planejar esse tipo de ação.

“Vamos ter a oferta das vacinas na área urbana, nas unidades dos distritos e ainda nas reservas indígenas. Paralelamente a isso, vamos montar estratégias direcionadas com unidades móveis visitando empresas, o comércio e buscar levar a Qdenga ao maior número de pessoas possível nos dois ou três primeiros meses”, conclui.

Recorde de óbitos em MS

Em 2023, a dengue figurou entre as principais causas de óbito da população sul-mato-grossense. Com 42 mortes confirmadas, o Estado encerrou o ano com o 2º maior pico de óbitos da série histórica, criada em 2014, ficando atrás somente de 2020, quando 43 pessoas morreram pela doença.

Dados do Boletim Epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), nesta quarta-feira (3), apontam que ao longo de todo o ano de 2023, Mato Grosso do Sul registrou 41.046 casos confirmados da doença, o dobro dos casos registrados no ano anterior, que somaram 21.328 infectados.

Entre janeiro e dezembro do último ano, o Estado registrou 42 óbitos por dengue. Já o número de casos prováveis foi de 46.736, maior patamar desde 2020, quando foram registrados 65.675.