A frequência escolar de jovens de 18 a 24 anos, no ensino superior, é menos que a metade das crianças do ensino fundamental em Mato Grosso do Sul. Conforme os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Educação – comandada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e referente a 2023 – a situação é ainda mais alarmante no recorte de pretos e pardos.

A pesquisa, divulgada na sexta-feira (22), revela que no ensino fundamental, o percentual de frequência em Mato Grosso do Sul é de 89,1%, com valores equivalentes para brancos, pretos e partos. Mas, com o passar do tempo, os percentuais se afastam.

No ensino médio, 70,4% frequentam a escola, mas o percentual é de 77% entre brancos e 64% entre pretos e pardos. No ensino superior, a taxa total cai para 33,7%, mas com percentual de 40% entre brancos e 28% entre pretos e pardos.

Na prática, significa que dos 11 aos 24 anos, a frequência escolar de pretos e pardos despenca 68%. A boa notícia é que os percentuais estão subindo. Em 2016, apenas 17% dos pretos e pardos chegavam a faculdade.

Analfabetismo maior no recorte por raça

Os dados do IBGE também mostram que a taxa de analfabetismo é maior entre pretos e pardos, em Mato Grosso do Sul. A faixa etária com maior percentual de analfabetos é com 60 anos ou mais, com 13,7%, mas 8,5% entre brancos e 19% entre pretos e pardos.

Entre pessoas com 40 anos ou mais o percentual de analfabetos é de 7,2%, sendo 9,5% entre pretos e pardos e 4,8% entre brancos. Mas os percentuais e as diferenças diminuem, sendo de apenas 3,9% entre pessoas com 15 anos ou mais.

No Brasil, das pessoas brancas com 15 anos ou mais, em 2023, 3,2% eram analfabetas, percentual que se elevou para 7,1% entre as pessoas pretas ou pardas. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo dos brancos era de 8,6%, mas chegava a 22,7% entre os pretos ou pardos.