Dia Nacional de Combate à Sífilis: Teste demora menos de 30 minutos e é gratuito no SUS

A doença é causada por bactéria e tem via principal de transmissão o contato sexual

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Testes rápidos imunocromatográficos têm resultados em 30 minutos (Myke Sena, Ministério da Saúde).

Inserida no calendário nacional para a prevenção e participação de profissionais da saúde, o Dia Nacional de Combate à Sífilis e Sífilis Congênita, comemorado neste sábado (19), é um lembrete para o reforço em ações de vigilância, controle e prevenção.

Mato Grosso do Sul tem a maior taxa de detecção de sífilis adquirida no Centro-Oeste por cada 100 mil habitantes, sendo 71,0 no Estado e 108,6 em Campo Grande dentre as capitais da região, segundo os dados de 2022 do painel de monitoramento do Ministério da Saúde.

Ainda de acordo com os últimos dados, o Estado registrou 2.930 casos, sendo 65% no público masculino e 35% no feminino. Pessoas pardas são as principais vítimas, com 51%, e os menos atingidos são os indígenas (1%). Jovens entre 20 e 29 anos são os principais casos confirmados.

Em Campo Grande, a sífilis em gestantes foi detectada em 684 mulheres em 2023 e 395 até o momento. Já os casos de sífilis congênita são 145 em 2023 e 90 em 2024. A sífilis adquirida somou 1.777 casos em 2023 e 1.022 em 2024.

O que é a sífilis?

A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum. É curável e exclusiva do ser humano, tendo como principal via de transmissão, o contato sexual, seguido pela transmissão para o feto durante o período de gestação de uma mãe com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente.

A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto.

A doença pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios, como a sífilis primária, secundária, latente e terciária. Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.

Conforme a SES (Secretaria Estadual de Saúde), o diagnóstico da sífilis é realizado por um profissional de saúde a partir da avaliação dos resultados dos testes diagnósticos, também dos sinais e sintomas, se presentes, e do histórico de exposição ao risco da sífilis, como a prática sexual sem preservativo.

“Testes, diagnóstico e tratamento estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). É uma doença de fácil propagação e, quando diagnosticada, deve ser tratada de forma precoce e adequada para que não atinja a forma mais grave”.

Sintomas

Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da doença, que se divide em:

  • Sífilis primária – ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio.

Essa lesão é rica em bactérias. Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.

  • Sífilis secundária – os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.
  • Sífilis latente – na fase assintomática não aparecem sinais ou sintomas. É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
  • Sífilis terciária – pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

A sífilis transmitida durante a gestação (transmissão vertical), quando a mãe não foi diagnosticada e não foi tratada adequadamente, durante o pré-natal, ocasiona a sífilis congênita. Ela pode trazer várias consequências graves ao bebê, como aborto, parto prematuro, morte ao nascimento, além de graves consequências nos ossos, cérebro, olhos e também pode levar à morte, em grande parte dos casos.

É muito importante que as gestantes realizem o teste de sífilis no pré-natal, que preferencialmente ocorra durante o primeiro trimestre e que repita esse teste no terceiro trimestre. Caso dê positivo, o tratamento deve ser realizado imediatamente.

O parceiro também deve ser tratado para que não ocorra a reinfecção dessa gestante e a transmissão da sífilis para o bebê.

O uso de preservativo é a melhor forma de prevenção, tanto para a sífilis quanto para as demais infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, é muito importante que a pessoa vá regularmente a uma Unidade de Saúde para realização do teste e fazer o tratamento, se positivo, e obter a cura, porque a sífilis tem cura.

Assim, é possível evitar as consequências da doença para sua saúde e também interromper a cadeia de transmissão.

Testes e resultados rápidos

A SES destaca que os testes rápidos para sífilis estão disponíveis em todas as unidades de saúde dos municípios do Estado e são de fácil execução.

“Eles são realizados por meio de uma gota de sangue coletada da ponta do dedo da pessoa e o resultado é liberado em até 30 minutos, ou seja, o resultado fica disponibilizado na hora. Quando necessário, o SUS também oferta os testes laboratoriais para sífilis, como é o caso do VDRL (Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas)”.

Outro atendimento acontece no Programa de Estadual de Proteção à Gestante, realizado em parceria com o IPED-APAE (Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande), que realiza a testagem para a sífilis na primeira e na terceira fase da gestação.

O tratamento para sífilis é a penicilina, a penicilina benzatina (benzetacil). Ela está disponível em todas as Unidades de Saúde do SUS, juntamente com os testes rápidos e de maneira gratuita. O tratamento deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais.

Prevenção

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis congênita.

Importante destacar que a sífilis não confere imunidade permanente, ou seja, mesmo após o tratamento adequado, cada vez que entrar em contato com o agente etiológico a pessoa pode ter a doença novamente.

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