O impasse sobre o reajuste dos professores federais continua. A categoria, que pede por correção salarial, reestruturação na carreira e melhorias na educação, ainda não chegou a um acordo com o Governo Federal, que não atendeu ao pedido de aumento em 2024.

Segundo a presidenta da Adufms (Associação dos Docentes da UFMS), Mariuza Guimarães, na última reunião realizada entre servidores e o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) não houve avanço nas negociações.

“Não temos nada de novo. Estamos ainda fazendo articulações com setores do governo, com parlamentares e outras autoridades que possam favorecer o diálogo para chegarmos a bom termo”, afirma.

Os cerca de 1,5 mil docentes que compõem a categoria pedem 3,69% de reajuste em 1º de agosto de 2024; 9% em 1º de janeiro de 2025; e 3% em 1º de maio de 2026.

A última proposta apresentada pelo Governo Federal inclui aumentos escalonados de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026 e não contempla aumento em 2024.

Acadêmicos estão há mais de um mês sem aula

A greve na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), completou um mês no último sábado (1°) e afeta cerca de 25 mil alunos nos câmpus de Campo Grande e outras 9 cidades: Aquidauana, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranhos, Ponta Porã e Três Lagoas.

“A falta de vontade do Governo Federal de resolver a situação está prejudicando os acadêmicos. Meu filho está no último ano de odontologia e é um dos que está sendo prejudicado”, diz o pai de um dos alunos da UFMS, em Campo Grande.

Questionada sobre a reposição das aulas, a presidenta da Adufms explica que a situação será discutida após o fim da greve, conforme acordos firmados no âmbito do Ministério da Educação.

Sobre a quantidade de turmas e acadêmicos que terão a formatura adiada por conta da paralisação, Mariuza afirma que não tem o levantamento e informa que no próximo dia 12 haverá reunião com o Conselho Universitário para tratar sobre a suspensão do calendário.

“A partir da decisão teremos alguns encaminhamentos coletivos para o ano letivo em curso”, declara.

Enquanto isso, sem definição das negociações, a greve continua e não há previsão para que as atividades sejam retomadas. Uma nova reunião entre a categoria e o Ministério da Educação está prevista para o próximo dia 14, em Brasília.