Com doenças respiratórias em alta, Sesau estuda implantar Pronto Atendimento Infantil em Campo Grande

Profissionais da saúde municipal relatam à reportagem sobre a possibilidade de centralizar o atendimento pediátrico apenas no CRS do Tiradentes

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Upa pediatra criança
UPA está com lotação de crianças (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) está estudando a implantação de um Pronto Atendimento Infantil com o surto de doenças respiratórias atingindo principalmente crianças em Campo Grande.

Como noticiado pelo Jornal Midiamax nas últimas semanas, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centros Regionais de Saúde) ficam lotadas de mães, pais e responsáveis procurando atendimento para as crianças. Desde o surto de doenças respiratórias no ano passado, o projeto é discutido internamente.

Conforme apurado pela reportagem, por conta disso o município está estudando a implantação do centro dedicado ao atendimento de urgência infantil. Profissionais da saúde municipal relatam à reportagem sobre a possibilidade de centralizar o atendimento pediátrico apenas no CRS do Tiradentes.

Entretanto, a Sesau alega que os atendimentos do Pronto Atendimento Pediátrico devem acontecer no Tiradentes, mas ressalta que os atendimentos infantis continuarão ocorrendo nas demais unidades normalmente.

Upa pediatra criança
Atendimento de crianças em UPAs (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Entre janeiro e abril de 2024, Campo Grande registrou 1.033 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que levaram a prefeitura a decretar emergência em saúde na terça-feira (30). Do total de casos de doenças respiratórias registrados este ano, 51% são de crianças de zero a 9 anos.

Um grupo aberto pela Sesau para pediatras e clínicos acompanha o estudo de implantação. O projeto ainda está em planejamento e não há prazo para execução.

Se implantado, a rede municipal vai poder oferecer mais leitos pediátricos e ser ponto de apoio para as demais unidades. O local funcionaria nos moldes hospitalares, através da rotina do visitador, discussão de casos e definição de conduta clínica.

Surto de doenças respiratórias

Este ano, os casos de SRAG em Campo Grande começaram a aumentar em abril, sendo que em 2023 a gravidade dos casos aconteceu a partir de março. Os vírus causadores das SRAG também são diferentes, pois em 2023 houve um surto do sincicial respiratório e, este ano, sequenciamento mostra rinovírus e influenza.

No ano passado, Mato Grosso do Sul viveu uma crise grave de síndromes respiratórias, principalmente em bebês. Nos quatro primeiros meses de 2023, foram registrados 1.346 casos de SRAG em Campo Grande e 128 mortes, sendo 15 de crianças até 9 anos.

Neste ano, Campo Grande acumula 68 mortes em decorrência das SRAG, sendo três de crianças até 9 anos e 42 de idosos com mais de 60 anos. Os dados são do painel de monitoramento da Sesau.

pediatrico
UPAs têm recebido muitas crianças precisando de atendimento (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Campo Grande em emergência de saúde

prefeitura de Campo Grande decretou situação de emergência em saúde devido à alta de casos de síndrome respiratória aguda grave. Segundo a secretária de Saúde, Rosana Leite, há aumento da ocupação de leitos das unidades de saúde da prefeitura e da rede contratualizada de urgência e emergência por conta do aumento de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na Capital.

Apesar do cenário ser menos grave do que no ano passado, há aumento nos casos de internação de crianças e também o tempo de internação maior.

“Em quantidade da SRAG, no ano passado foram 1.400. Esse ano são mil, porém o tempo de internação desses nossos pacientes está chegando de 10 a 15 dias. O que isso significa que não há um giro de leito. O paciente interna e a gente não consegue colocar outro”, explica a secretária.

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