Boletim InfoGripe da Fiocruz divulgado nesta quinta-feira (4) aponta que Campo Grande está entre as capitais com indícios de crescimento nos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).

Entre as capitais, 16 estão nesta situação: plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande, Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e Vitória (ES).

Além disso, a atualização sinaliza que 13 estados apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

Em relação aos casos de SRAG por Covid-19, mantém-se o sinal de queda nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Para os demais vírus, há manutenção de aumento nas SRAG por influenza A (gripe) e VSR em alguns estados do Nordeste, Sudeste e Sul, e início de queda nos positivos para rinovírus na maioria dos estados do país

Vírus sincicial respiratório

O aumento da circulação do VSR (Vírus sincicial respiratório) tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. O

pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e coordenador do Boletim InfoGripe, Marcelo Gomes, ressalta a importância da recente aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da vacina da Pfizer em gestantes para proteger os bebês contra o VSR.

Segundo Gomes, o novo imunizante será fundamental para diminuir às internações, que têm um impacto importante em crianças até dois anos.

”A gente espera que no futuro a nova vacina possa ser uma ferramenta do nosso cotidiano de enfrentamento a esse vírus. Vemos hoje esse impacto do VSR nos casos de SRAG, nas internações”, afirma Gomes.

“No outro extremo, na população mais idosa, também observamos aumento do volume de internações por VSR, algumas com mortes. Então, a gente celebra e espera que vacina contra o VSR possa ser incorporada e mudar significativamente o cenário do VSR no país, como aconteceu com a própria Covid-19 e como já temos para o vírus influenza”, acrescenta.

Dentre os casos positivos do ano corrente, 12,4% são influenza A; 0,3% são influenza B; 21,2% são VSR; e 53,1% são Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 17,8% para influenza A; 0,4% para influenza B; 38,3%para VSR; e 31,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 17,8% para influenza A; 0% para influenza B; 7,4% para VSR; e 71,8% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Situação nacional

O quadro nacional apresenta sinal de queda nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Tal cenário é reflexo da manutenção de queda dos casos de SRAG no Centro-Sul, e interrupção ou desaceleração no crescimento em diversos estados do Norte e Nordeste.

Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 25.747 casos de SRAG, sendo 11.065 (43,0%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 10.223 (39,7%) negativos, e ao menos 2.880 (11,2%) aguardando resultado laboratorial.