Uma acadêmica da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) passou em seleção para receber uma Bolsa Permanência de R$ 400 e gravou vídeo ironizando a situação. O vídeo foi gravado nos corredores da universidade e publicado no grupo restrito de amigos do Instagram.

“Eu passei na bolsa depois de mentir horrores e está todo mundo com inveja por que eu vou ganhar R$ 400″, diz ela no vídeo em que caminha com colegas da faculdade. Na continuação ela ainda diz que o colega “está p.. por que ele é pobre de verdade e eu tirei a oportunidade dele”.

Em nota, a UFMS afirma que a seleção de estudantes para recebimento dos auxílios estudantis é feita por meio de edital, a partir do CadÚnico, documento do Governo Federal que atesta os dados socioeconômicos.

“Fraude no CadÚnico tem penalidades previstas na lei. A denúncia está em apuração e se comprovada a fraude, a estudante será desligada da Universidade”, completa a instituição em nota.

Estudante alega que vídeo foi tirado de contexto e registra B.O

Ao Jornal Midiamax, a estudante afirmou que o vídeo teria sido retirado de contexto.Me frusta ver as proporções que um vídeo tirado de contexto tem tomado. O ocorrido não passou de uma brincadeira interna, que não tinha intuito de insinuar ou dizer que eu fraudei a bolsa”, diz a estudante, de 23 anos.

Ainda conforme a jovem, a intenção do vídeo seria somente mostrar ao grupo de amigos que havia conseguido a aprovação na bolsa. “Após dois anos tentando, finalmente consegui aprovação do auxílio, podendo assim me dedicar somente à faculdade devido a grade curricular ser integral”, pontuou.

Ela diz que o vídeo ‘vazou’ em perfis públicos nas redes sociais e que essa exposição estaria trazendo problemas a ela. “Tenho sofrido ataques nas minhas redes sociais e xingamentos constantes gerando medo de voltar a frequentar a faculdade”.

Então, a estudante registoru boletim de ocorrência por injúria e pediu investigação contra o autor do perfil. No documento, ela alega que já teria sido acionada pelo setor da universidade responsável pelas bolsas e que “está correndo o risco de perder a bolsa por conta da exposição do vídeo”.

A jovem afirma que esteve apta em todos os requisitos solicitado sno edital do auxílio. “Consegui a aprovação após uma avaliação rígida dos meus dados que comprovam a minha necessidade para concluir a graduação”.

Sobre o vídeo polêmico, ela reconhece que as falas foram inadequadas. “Reconheço o tom irônico das falas e o comentário infeliz, mas jamais acreditaria que um vídeo feito exclusivamente para pessoas do meu convívio, que me conhecem seria retirado de contexto e seria utilizado contra mim. Deixo aqui meu pedido de desculpas por todos que se sentiram ofendidos ou diminuídos, nunca foi a intenção, pois como eu disse anteriormente, eu também dependo dessa bolsa”.

Por fim, a estudante diz que vai colaborar para esclarecer a situação. ” me coloco inteiramente à disposição da universidade para prestação de contas e afirmo que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. Independente da decisão dos órgãos, acredito que o melhor será feito. E quanto ao autor do vazamento, logo será localizado”.

Bolsa permanência

O Bolsa permanência é um programa federal que concede auxílio financeiro para o estudante ter condições de concluir o curso, sobretudo, aos quilombolas, indígenas e em situação de vulnerabilidade socioeconômica matriculados em instituições federais de ensino superior.

O recurso é pago diretamente aos estudantes de graduação por meio de um cartão de benefício. Atualmente o valor é de R$ 900 para estudantes indígenas e quilombolas e R$ 400 para os demais.

Requisitos para ser aprovado no programa:

  • Estar regularmente matriculado em curso de graduação presencial da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul;
  • Possuir renda per capita de até um salário mínimo e meio vigente;
  • Ter sido selecionado em processo de seleção para o número de vagas ofertadas;
  • Não ter concluído curso de graduação em sua vida acadêmica e profissional;
  • Não possuir pendências administrativas nas Unidades da Administração Central ou na UAP-AE em que está matriculado.

Investigação de fraudes na destinação e uso de recursos federais também são de competência do TCU (Tribunal de Contas da União) e MPF (Ministério Público Federal).