Sesau vai pagar R$ 507 mil para Santa Casa ampliar leitos pediátricos um mês após surto

Termo aditivo esperado há 1 mês foi publicado no Diogrande desta sexta-feira

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Lotação na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Divulgação Santa Casa)

Cerca de um mês após o surto de doenças respiratórias que deixou 50 crianças na fila diária por leito em hospital, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) publicou o 15º Termo Aditivo de convênio e vai pagar mais R$ 507 mil para ampliação de leitos pediátricos na Santa Casa de Campo Grande.

Documento foi publicado no Diogrande desta sexta-feira (28) e é assinado pela prefeitura de Campo Grande, com interveniência da Sesau por meio do Fundo Municipal de Saúde, e a Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande.

Conforme o termo aditivo, trata-se de acréscimo pontual de R$ 507 mil ao convênio com o hospital para custear a ampliação da prestação de serviços de internações hospitalares pediátricas, conforme pactuação extra às metas contratualizadas. Os valores acrescidos terão como fonte recursos municipais.

Até então, o impasse entre as entidades persistia porque a secretaria não havia viabilizado o documento para a contratação de 10 leitos clínicos extras. Inicialmente, a Sesau informou que os leitos seriam de UTI. Para o acordo, a Sesau forneceu mobiliário e médicos pediatras, em troca do espaço e profissionais para operar os novos leitos.

A autorização para operar os novos leitos ocorre no momento em que a Santa Casa de Campo Grande fechou as portas para recebimento de novos pacientes. Desde o mês passado, o hospital enfrenta superlotação.

Até esta quinta-feira (27), segundo o hospital, a área vermelha pediátrica contava com cinco crianças intubadas, enquanto a capacidade técnica é de apenas 3 leitos. O hospital não descarta a possibilidade de mais um paciente necessitar de ventilação mecânica.

A área verde da pediatria é a única que opera dentro do limite, com sete pacientes internados em um espaço com capacidade de 7 leitos. 

Surto de doenças respiratórias pressionou rede

Inicialmente, no começo de abril, o município abriu um chamamento para hospitais particulares interessados na contratação de leitos. No entanto, com superlotação causada por surto de doenças respiratórias, os particulares não se interessaram.

O único hospital com espaço disponível era a Santa Casa. As tratativas iniciaram há quase três semanas e o desfecho foi oficializado nesta sexta-feira. Segundo a prefeitura na época, a contratação de leitos teria período inicial de 30 dias e o custo diário de cada um estava estimado em R$ 600. 

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Secretário Municipal de Saúde, Sandro Benites (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

A Sesau já encaminhou mobiliário para a Santa Casa, como berços. Na última segunda-feira (24), o secretário de saúde Sandro Benites foi questionado sobre a demora na ativação dos leitos.

O secretário afirmou que a última informação que tinha conhecimento era de que faltava apenas um termo que deveria ser assinado pelo hospital. Por outro lado, o hospital afirmou, na semana passada, que esperava a troca de mobiliário e envio dos pediatras.

“O aditivo está pronto, já saiu da secretaria de Saúde. São 30 dias renováveis por mais 30 dias. Hoje à tarde eu vou me reunir e vou ter essa resposta. Vamos abrir de qualquer maneira, apesar de UPAs não estarem tão lotadas, temos crianças no corredores dos hospitais”, disse o secretário na última segunda.

A respeito da superlotação e crianças à espera de leitos, Sandro afirmou que o número de crianças reduziu. A fila passou de 50 pacientes diários para 20 há duas semanas e, segundo o secretário, menos de 10 crianças esperam por vaga para internação em hospitais atualmente.

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