Fila de crianças diminui, mas Campo Grande ainda não destravou leitos extras na Santa Casa

Campo Grande tem cerca de 10 crianças à espera de leitos em hospitais

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
sandro
Secretário Municipal de Saúde, Sandro Benites (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

Praticamente um mês depois de Campo Grande ter 50 crianças na fila diária por um leito em hospital, a prefeitura ainda não conseguiu destravar a contratação de leitos extras na Santa Casa de Campo Grade. O impasse persiste porque a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não viabilizou a contrapartida e nem o termo aditivo para a contratação de 10 UTIs (Unidade de Terapia Intensiva).

Inicialmente, no começo de abril, o município abriu um chamamento para hospitais particulares interessados na contratação. No entanto, com superlotação causada por surto de doenças respiratórias, os particulares não se interessaram.

O único hospital com espaço disponível para abrir leitos extras é a Santa Casa. As tratativas iniciaram há quase três semanas e até agora não houve desfecho. A prefeitura definiu que um termo aditivo seria elaborado para a contratação dos novos leitos, por um período inicial de 30 dias. O custo diário de cada um é estimado em R$ 600.

A Sesau encaminhou mobiliário para a Santa Casa, como berços, mas o hospital afirmou durante as tratativas que precisaria que o município cedesse pediatras para ativar os leitos extras. Até agora essa negociação não teve desfecho.

Em agenda pública nesta segunda-feira (24), o secretário de saúde Sandro Benites foi questionado sobre a demora na ativação dos leitos.

O secretário afirmou que a última informação que tinha conhecimento era de que faltava apenas um termo que deveria ser assinado pelo hospital. Por outro lado, o hospital afirmou, na semana passada, que esperava a troca de mobiliário e envio dos pediatras.

“O aditivo está pronto, já saiu da secretaria de Saúde. São 30 dias renováveis por mais 30 dias. Hoje à tarde eu vou me reunir e vou ter essa resposta. Vamos abrir de qualquer maneira, apesar de UPAs não estarem tão lotadas, temos crianças no corredores dos hospitais”, disse o secretário.

A respeito da superlotação e crianças à espera de leitos, Sandro afirma que o número de crianças reduziu. A fila passou de 50 pacientes diários para 20 há duas semanas e hoje, segundo o secretário, menos de 10 crianças esperam por vaga para internação em hospitais.

Sesau diz que equipe está à disposição

Por meio da assessoria de imprensa, a Sesau informou ao Jornal Midiamax nesta segunda (24) que o mobiliário encaminhado ao hospital para ativação de leitos foi considerado inadequado e, por isso, o hospital assumiu a responsabilidade de encontrar novos equipamentos.

“Outros fatores necessários para a ativação dos leitos, como equipe médica e respiradores, por exemplo, já estão à disposição do hospital. O termo aditivo deve ser publicado nos próximos dias, estando, o hospital, ciente disso também. Desta forma, cabe somente à Santa Casa a operacionalização dos 10 leitos clínicos de pediatria. Cabe ressaltar também que além destes leitos, o município ampliou o número de UTIs e enfermarias para o público pediátrico em outros dois hospitais”, disse a Sesau.

Santa Casa tem recursos travados

Na última quinta-feira (20), o Midiamax noticiou que a Prefeitura de Campo Grande acumula dívida em vários setores, como transporte, obras e saúde. Negativada, fica sem poder receber os repasses do Estado e União.

Entre os atrasos, está a liberação de R$ 14 milhões para a Santa Casa de Campo Grande, recurso travado desde janeiro deste ano. Os valores, que compreendem recursos federais e estaduais, estão “travados” à espera de publicação no Diário Oficial de Campo Grande.

No início do mês de abril, a prefeitura afirmou que finalizava a análise dos termos aditivos para a publicação e liberação dos valores. Na última semana, segundo a reportagem apurou, a prefeitura remeteu ao hospital os documentos para assinatura.

Até esta segunda-feira (24), a prefeitura de Campo Grande não publicou os aditivos. O Jornal Midiamax questionou a Santa Casa de Campo Grande se o novo repasse feito pelo Governo Federal pode ser impactado em razão do entrave com o município. O espaço segue aberto para manifestações.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) também foi questionada pela reportagem tanto sobre a publicação dos termos aditivos aguardados desde o mês passando quanto sobre a nova liberação de recurso federal, e aguarda retorno.

Conteúdos relacionados

tempo