Os remanescentes do concurso da Guarda Municipal de Campo Grande foram à Câmara nesta terça-feira (27) com faixas e cartazes pedindo a nomeação na Prefeitura. Os concursados reclamam que estão há um ano afastados do emprego e que realizaram o curso de formação em novembro de 2022, mas ainda aguardam a posse.

“Terminou o curso em novembro, mas desde julho estamos fora dos nossos serviços. Estamos vindo buscar o apoio dos vereadores”, disse Valéria Diniz, de 37 anos.

Walantine Garcia, de 32 anos, diz estar fazendo ‘bicos’ como vigilante enquanto aguarda a nomeação. “Tínhamos um promessa que todos nós seríamos nomeados até junho e nossa convocação foi cancelada e não temos nem previsão. Minha vida antes era tranquila, tinha carteira assinada. Pedi demissão pra ingressar nesse sonho e começou um pesadelo. No curso, fomos capacitados e as promessas não se cumprem. A gente recebia R$ 800 no curso de formação e estava sendo bem difícil, mas agora está bem mais. Meus filhos não comem promessas”, criticou.

Tânia Regina Souza, de 45 anos, consultora de vendas, está fazendo bico de construção. “A reivindicação é que a prefeita nos chame pra fazer o curso de formação. Estamos precisando. A gente trabalhava com vendas, cada um parou sua vida pra manter o foco, passarmos no concurso e ficamos esquecidos. Parece até que a gente está implorando pra trabalhar, mas nós estudamos para isso. É um direito. A gente deixou tudo de lado pra se dedicar. São 138 que esperam pra fazer o curso e 173 que fizeram e não foram convocados. Até 2025 tinha que ter 1750 guardas e até agora tem 1039. Nós fizemos TAF (Teste de Aptidão Física) e tudo, gastamos com médico, e agora estamos assim nessa situação”.

Douglas Pairzotto é diretor da Associação da Guarda e trabalha há 14 anos na área. “Para resolver temos dois caminhos: o político e o jurídico. Nosso jurídico já achou um dispositivo de ajuste de conduta que obrigada o município a convocar. Mês passado, duas turmas de 100 guardas foram chamadas, totalizando 200 guardas. E já teve déficit de 30 que passaram e outros concursos”, contabiliza.

A esperança do grupo é que os vereadores conversem com a prefeitura para que saiam as nomeações, sem uma via jurídica para a questão.

Presidente da Câmara de Campo Grande, Carlão (PSB) já encaminhou um ofício para a Prefeitura solicitando informações sobre as nomeações. “A expectativa hoje é que os vereadores contribuam de forma mais efetiva com essa causa. Além desses que fizeram o curso de formação, tem também os que esperam ser chamados pra capacitação”, finalizou Douglas.