Reflexo do baixo poder de compra, comércio desacelera contratação de mão de obra em MS

Nacionalmente, o comércio fechou 1.325 vagas em fevereiro, sendo o único dos setores pesquisados pelo Caged com retração

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Comércio de Campo Grande (Kísie Ainoã, Jornal Midiamax)

Mato Grosso do Sul gerou 5.688 empregos formais em fevereiro, destes apenas 253 são ligados ao comércio. O setor, que é um dos principais da economia estadual, segue contratando, mas em escala muito aquém dos anos anteriores.

Os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que em fevereiro de 2022 o setor contratou 281 trabalhadores. No mesmo mês de 2021, o saldo de contratações somou 476.

O detalhamento dos subsetores mostra que o comércio varejista fechou fevereiro deste ano com -127 postos de trabalho. O comércio por atacado gerou 328 vagas no mês passado e o comércio de reparação de veículos automotores e motocicletas teve geração de 52 vagas.

Na contratação do comércio por município, Dourados teve saldo de 43 vagas, enquanto Campo Grande gerou apenas oito vagas. As demais foram distribuídas pelos outros 77 municípios de Mato Grosso do Sul.

Nacionalmente, o comércio fechou 1.325 vagas em fevereiro, sendo o único dos setores pesquisados pelo Caged com retração.

Reflexo do cenário econômico atual

Economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS, Regiane Dedé de Oliveira afirma que, apesar do saldo de empregos estar positivo, é menor que em 2022. Para ela, o resultado na geração de empregos é reflexo da situação atual da economia.

“Vemos a redução no índice de consumo, redução também no índice de confiança do empresário do comércio, tudo isso contribui para que o empresário contrate menos. Temos perspectivas sim, e esses números podem voltar a melhorar, mas por enquanto temos o reflexo da redução do poder de compra, atrelado a inflação e taxa de juros alta”, explica Regiane.

Já a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande acredita que a baixa contratação do comércio local segue a tendência nacional. As projeções para 2023 são de desaceleração da atividade econômica e, diante de um cenário de incerteza, os investimentos por parte dos empresários e novas contratações ficam reduzidos.

“Nesse início de ano, uma pesquisa da ACICG já demonstrou que o otimismo do empresário local ficou menor se comparado ao resultado de 2022. Nesse mesmo levantamento, constatamos que apenas cerca de 30% dos empresários pretendem ampliar o time de funcionários esse ano”, afirma o vice-presidente da ACICG, Omar Aukar.

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