Qualidade do ar em Campo Grande tem índice positivo em 2022, aponta monitoramento
Em setembro, ar da cidade alcançou qualidade ruim e muito ruim
Karina Campos –
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A Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar da UFMS (Universidade Federal de ato Grosso do Sul) divulgou nesta quarta-feira (1º) o balanço do relatório de índice qualificador do ar em Campo Grande. Durante 2022, a cidade apresentou nível positivo, mas apresentou piora entre os meses de agosto e setembro.
De janeiro a dezembro, a maior parte do ano alcançou bons índices de qualidade do ar, considerando condições moderadas, ruins ou muito ruins. Os piores resultados foram atingidos no período de tempo seco e baixa umidade do ar.
O professor do Instituto de Física, Widinei Alves Fernandes, explica que a principal causa da piora da qualidade do ar na Capital é causada pelo número de incêndios. “Estes períodos têm forte ocorrência de queimadas, tanto dentro da cidade como nas proximidades, além de um período longo sem chuva. A qualidade do ar fica mais comprometida”, afirma.
Campo Grande encoberta de fumaça
Exatamente no mês de pior índice, em setembro do ano passado a cidade ficou encoberta pela fumaça de incêndios vinda da Amazônia. O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) esclareceu que a configuração dos ventos, que atuam de noroeste sobre o Estado, ajudaram a transportar a fumaça gerada pelos incêndios florestais e deixaram o céu com tom acinzentado.
O relatório anual auxilia a tomada de decisões do poder público e maior conscientização dos moradores. Ele reforça que conforme o monitoramento pontua, é possível ter ciência dos picos de concentração de poluentes no meio ambiente.
Nesse período, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontou que o Brasil registrou 2.876 focos de incêndios em um só dia, no dia 9 de setembro, sendo 1.887 concentrados no bioma amazônico, o que representa 53,7% do total. Já no Pantanal, a situação está mais controlada, com o registro de 12 focos.
Melhorias
“Eles [órgãos públicos] podem, por exemplo, fazer uma previsão do número de pessoas que procurarão os postos de saúde para fazer a inalação, ou a quantidade de pessoas expostas, ou seja, uma série de estudos podem surgir a partir do monitoramento, com alertas que podemos dar à população quando o nível de poluição ficar acima do permitido”, detalha.
Segundo a UFMS, o trabalho dos pesquisadores e estudantes que atuam no monitoramento é contínuo, coletando dados diariamente, como os poluentes atmosféricos PM10 e PM2,5. “Quando a gente fala de poluição do ar, esse é o principal parâmetro para identificar a poluição atmosférica. Monitorar mostra claramente se a cidade é mais poluída ou menos poluída”.
O projeto, que tem parceria com o Inpe, recebeu também a doação de consumíveis do Núcleo Ambiental do Ministério Público Estadual de MS. “Nesse projeto, podemos monitorar como está a qualidade do ar em Campo Grande e, caso ela venha a se deteriorar, temos subsídios concretos para acionar as autoridades competentes para que tomem as providências para evitar o pior”, finaliza o promotor de justiça Luciano Loubet.
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