Professores mantêm greve em Dourados após aprovação de PL que altera PCCR da Educação

Categoria lotou o plenário da Câmara de Dourados, mas não conseguiu impedir aprovação de medidas

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Greve de 2022 durou 23 dias (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Após mais de sete horas de sessão, a Câmara Municipal de Vereadores deu aval aos dois projetos de leis do Executivo que tramitavam na Casa há alguns dias. Entretanto, o posicionamento adotado pelo Legislativo não agradou aos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino).

No final da noite desta segunda-feira (22), representantes do Simted (Sindicato dos Trabalhadores em Educação) de Dourados se posicionaram contra a decisão do Parlamento Municipal e também contra a administração municipal.

“É uma grande violência contra a educação e agora cumpre à nossa tarefa, o chamado de dar uma reposta firme à violência cometida pelo governo municipal”, acusa o presidente do Simted, Thiago Coelho.

Apesar das aprovações das novas medidas, os educadores afirmam que irão manter a greve iniciada nesta segunda-feira (22). Segundo Thiago, a categoria se reúne às 13 horas desta terça-feira (23), na sede da entidade com gestores e diretores. Em seguida (15h), está programado ato público na Praça Antônio João, região central da cidade.

“Nosso movimento caminha na legalidade, segundo entendimento do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Essa violência cometida contra a Educação de Dourados não pode ficar sem resposta”, disse o presidente do Simted em convocação aos professores sobre a manutenção da greve. No ano passado, os professores cruzaram os braços por 23 dias.

Segundo os professores, o Projeto de Lei de autoria do Poder Executivo que altera dispositivos na Lei Complementar nº 118, de 31 de dezembro de 2007, que dispõe sobre o PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração) do profissional da Educação municipal.

Os profissionais da educação também solicitam o cumprimento do Piso Nacional, de 14,95%, para toda carreira do magistério e também para o administrativo educacional. Além de requerer alteração na proposta do executivo para o cargo de professor da educação especial, reconhecendo que estes profissionais têm direito à hora-atividade da docência prevista em lei.

“Pressão do sindicato”

Procurada pela reportagem do Midiamax, para se manifestar sobre a aprovação dos dois projetos de lei e também sobre a continuidade da greve, a administração ainda não se posicionou.

Entretanto, antes da deflagração da paralisação dos professores, administração municipal ressaltou que o movimento é mais uma pressão do sindicato, que decidiu ignorar o reajuste de quase 25% nos salários dos professores nos últimos dois anos.

“Com a proposta de 6% de reajuste este ano, somado aos 18,86% do ano passado, os profissionais da educação conquistaram um reajuste equivalente a 1/4 do salário em apenas dois anos, aumento considerado inédito em Dourados se comparado com a média histórica”, diz a prefeitura.

Ainda de acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura municipal de Dourados, “analisando os números do passado, os professores conquistaram nos últimos dois anos da gestão Alan Guedes os maiores reajustes em relação aos últimos oito anos. Avaliando o período de 2015 pra cá, o maior reajuste que a categoria havia conquista foi em 2016, com 5% de aumento”.

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