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Cotidiano

Nem improviso para amenizar valetas dá paz para idosos e cadeirantes no Itamaracá

Chuva dos últimos dias prejudicou ainda mais mobilidade de moradores de ruas sem asfalto na região
Karina Campos, Clayton Neves -
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Ruas denunciadas por moradores do Itamaracá (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Ir ao médico a pé ou de carro de aplicativo é um baita desafio para idosos e cadeirantes que moram nas ruas Polo Sul e Padre João Delfino, no Jardim Itamaracá. Pedregulhos, valetas e erosões travam a mobilidade de moradores de trechos de ruas sem asfalto. A oscilação no tempo, como o calorão que eleva a poeira e a chuva causando lama, exige alternativas para quem vive no bairro.

Maria Cleide é aposentada, mora no endereço citado há anos e explica que o cenário de dificuldades não muda. Há encanamento exposto, o que favorece o risco de quebrar canos e deixar alguém sem água ou vazamento.

Na frente da casa dela tem algumas valetas, erosões abertas pela enxurrada da chuva. Alguns moradores jogam entulho ou pedras para amenizar, o que acaba piorando já que as alternativas são arrastadas pela próxima chuva. Ou seja, o entulho colocado na parte alta da rua desce e vira acúmulo na região mais baixa.

“Tenho doenças e preciso ir ao médico, se peço Uber, eles [motoristas] se negam por causa da condição da rua, preciso procurar uma rua alternativa para aceitar. Não tenho carro e preciso ir no médico. Se passar patrola [tem risco] de quebrar o cano”, lamenta a idosa de 65 anos.

Moradores relatam risco de canos rompidos por passagem de veículos (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Jucelia Duarte, 42 anos, tem uma mãe de 67 que necessita de atendimento médico com frequência, portanto, lista as dificuldades em mobilidade nas ruas. Também tem dois vizinhos idosos, de 82 e 83 anos, cadeirantes.

“Uber não vem, é um transtorno passar de cadeira de rodas, é desumano. Gostaria que olhassem para a gente. Não tem condições de conviver nessa situação. Fico sensibilizada com meus vizinhos idosos e cadeirantes. Uber não vem aqui, se nega a descer”.

Apesar de ser um desgaste para os mais velhos, Maria Luiza, de 19 anos, diz que já tentou enviar ofícios para o poder público, entretanto, não recebeu resposta. “É muito complicado viver nessa situação”, completa.

Entulho jogado como alternativa (Alicce Rodrigues, Midiamax)

O que diz a prefeitura

Em nota, a Sisep informou que deve fazer reparos nas ruas da região até a próxima semana. Confira a nota na íntegra abaixo:

“O município tem se empenhado na busca de recursos para ampliar os projetos de obras de infraestrutura em Campo Grande, atendendo a um número maior de regiões. Em paralelo, a Prefeitura mantém permanente o serviço diário de manutenção em vias pavimentadas e não pavimentadas, em todas as sete regiões da cidade, que recebem as máquinas da prefeitura para ter suas vias preparadas para receber o tráfego de veículos com mais conforto e segurança. A prioridade é dada às ruas que recebem as linhas de ônibus, com o intuito de garantir a mobilidade urbana para os moradores desses bairros. Periodicamente é feita programação de recapeamento e manutenção das vias nos bairros, e pelo cronograma a previsão é que equipe da Sisep esteja na região das ruas citadas até o início da próxima semana“.

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