Segunda-feira, 1º de maio, chega com a alegria típica de feriado prolongado, onde boa parte das pessoas aproveita para descansar do “batidão” da vida cotidiana. Apesar do período de pausa, o oitavo feriado de 2023 em acumula importante bagagem histórica, iniciada a partir de movimento formado para defender o direito de milhões de trabalhadores que seguem na lida mundo afora.

Foi Chicago, nos Estados Unidos, o cenário onde aconteceu a primeira movimentação para o dia, atualmente comemorado em mais de 80 países. No dia 1º de maio de 1886, grupo de trabalhadores saiu às ruas da cidade para reivindicar redução da jornada de trabalho de 13 para oito horas por dia. Ato conhecido como A Revolta de Haymarket. 

Três anos depois, Paris, na França, também passou a organizar manifestações anuais para reivindicar melhorias nas condições de serviço e redução de carga horária. Os atos foram programados para 1º de maio em alusão ao protesto de Chicago.

Pressionado pelos movimentos que só aumentavam, em 23 de abril de 1919, o Senado francês estabeleceu a carga horária de 8 horas diárias e decretou 1º de maio como feriado. A decisão foi acompanhada anos depois por diversos países, tornando a data como momento de reflexão sobre as necessidades e direitos da classe trabalhadora. 

No Brasil, o foi reconhecido em 26 de setembro de 1924, pelo então presidente Artur da Silva Bernardes, e a criação da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) decretada em 1º de Maio de 1943, na gestão de Getúlio Vargas.

“Foram direitos conquistados à base de muita luta, reivindicação e muitos desafios. Antes a proteção do trabalhador era mínima principalmente no Brasil, nossos direitos do trabalho são muito recentes e para chegar ao que temos hoje, existiu uma revolução social e histórica de luta das classes, de movimentos e muito sacrifício”, comenta a advogada trabalhista Camila Marques Covre, presidente da Comissão da Advocacia Trabalhista da OAB-MS.

Na avaliação de Camila, 1º de Maio é o marco histórico das conquistas sociais dos trabalhadores, direitos conquistados que protegem e proporcionam dignidade no exercício das funções. 

“Mesmo após o fim do período de escravidão, tivemos trabalhadores em situações parecidas, com crianças de 11, 12 anos fazendo serviço de adultos, trabalhadores próximos a fornalhas sem proteção. Infelizmente, ainda hoje existem essas situações, mas não por falta de legislação, por falta de meios eficazes de fiscalização”, detalha. 

Para a advogada trabalhista, com os avanços já conquistados, todos ganham. “Ganha a sociedade, o trabalhador e o próprio empregador, porque se o trabalhador se sente protegido e valorizado, ele vai trabalhar mais satisfeito, com melhor rendimento e isso tem consequência para que a engrenagem das relações de trabalho funcionem de forma mais efetiva e eficaz. É uma luta de grande importância”, finaliza.