Homens de Campo Grande se encontram no artesanato e vivem nova profissão após pandemia
Por causa das dificuldades da pandemia, Mario Sérgio e Uderson precisaram trocar de profissão e hoje trabalham nas feiras como artesãos
Nathália Rabelo, Mirian Machado –
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A pandemia de Covid-19 foi um momento desafiador para muitos setores, especialmente o de empregos. Muita gente se viu impedida de trabalhar convencionalmente e precisou ir atrás de outras possibilidades de renda. Em Campo Grande, dois homens se viram num momento de transição de trabalho e encontraram no artesanato uma nova chance de recomeçar.
Mario Sérgio da Silva, de 39 anos, é especialista em fazer esculturas com jornais e revistas. Morador do bairro Santo Amaro, ele compareceu à Feira da Bolívia neste domingo (9). Ao Jornal Midiamax, o homem contou que trabalhava como vendedor de sapatos, mas a pandemia dificultou as suas vendas. Ele pesquisou na Internet ideias e se apaixonou com a técnica de artesanato.
Os primeiros produtos foram menores, como a escultura de uma bicicleta, até ele se aventurar em artes maiores, a exemplo de uma escultura Mulher Africana, cesta de ovos, baús e até casas de gato.
“A africana pequena custa R$ 20 reais, enquanto a cesta de ovos custa R$ 30. O baú custa a partir de R$ 25”, explica.
Artesanato que deu certo
O artesão ainda conta que fez duas casinhas de gato para testar. O resultado deu tão certo que o produto passou a ser comercializado nas feiras que Mario Sérgio, podendo ser encontrado de R$ 150 a R$ 180. Para quem é apaixonado pelo pet, pode ainda colocar uma foto no espaço reservado na lateral da casinha. Questionado sobre o trabalho, o profissional dá detalhes sobre o processo de confecção.
“O mais difícil é enrolar porque demora bastante. A Africana, por exemplo, demora um dia para fazer uma. É bem trabalhoso. A casinha de gatos eu faço com revista e jornal, mas a parte trançada é com papel de jornal por ser mais fino”.
Além da Feira da Bolívia, Mario Sérgio participa das feiras do Tiradentes, Guanandi, Taveirópolis e Caiçara. Além disso, reforça que faz peças sob encomenda e que “está bem melhor assim e estou vendendo bem”.
Trabalho habilidoso com alumínio
Também presente na Praça da Bolívia na manhã deste domingo, Uderdon Pereira da Silva, de 40 anos, afirma que o artesanato é sua paixão. Ele tem o talento de transformar alumínio em copos de tereré, personagens de super-heróis, adagas decorativas, itens para churrasco e em diversos outros produtos.
O homem já trabalhava com a venda de panelas, caixa de correio e tapete há alguns anos, mas as esculturas em alumínio ganharam o coração dos seus clientes. Então, ele passou a investir mais nessa área especialmente após ter sofrido um acidente e ficar impossibilitado de percorrer longas distâncias. O conforto de trabalhar com o que gosta atrelado ao conforto das feiras, fez com que Uderson agregasse a nova profissão de artesão-feirante com o retorno dos eventos após a pandemia.
Toda a confecção começa com um molde de gesso ou agila que, depois de colocar o alumínio, passa pelo processo de acabamento com lixamento e tintura.
“Algumas pessoas acham caro, mas é porque dá muito trabalho. É difícil e artesanal. Tenho produtos menores a R$ 190 e maiores a R$ 350. O que mais sai é o garfo de churrasco, que está a R$ 129. Vendo também número de residência, placa de túmulos, etc”, conta.
Além das feiras de Campo Grande, as obras de Uderson também podem ser encontradas expostas nos shoppings Bosque dos Ipês e Norte Sul Plaza.
“Foi um meio que achei para vender na pandemia e para ajudar na questão depois do acidente que sofri. Eu vendo bem e divulgo também os produtos no Instagram no perfil @udiarte07”, conclui.
A feira é realizada na Praça Bolívia, na Rua Aníbal de Mendonça, Bairro Coophafé, entre as 9h e as 14h deste domingo. Evento conta com várias barracas, alimentação e apresentações artísticas. Entrada é gratuita.
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