Depois de o decidir suspender temporariamente a importação de aves e ovos de , resposta à confirmação de aviária na cidade de Bonito, a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS) prevê que a mercadoria rejeitada pelo país asiático será absorvida por outros 77 países compradores da produção sul-mato-grossense. 

Segundo a Federação, por mês são produzidas 34 mil toneladas de frango no Estado, segundo dados de abate do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Do total, cerca de 2,3 mil toneladas são enviadas ao Japão, sendo o país, portanto, responsável por 17% da importação de frango de Mato Grosso do Sul.

“Apesar de o Japão ser um importante destino da carne de frango do MS, espera-se que o volume de proteína, antes enviado ao Japão, seja absorvido pelos demais países importadores”, comentou a Famasul em nota. 

Segurança garantida

Mesmo com a confirmação de gripe aviária em uma ave doméstica de propriedade rural de Bonito, a Famasul pontua que o setor de avicultura do Estado atende alto controle sanitário e os melhores índices de biosseguridade do País.

“Os consumidores podem estar seguros de que a qualidade dos produtos e a segurança sanitária estão garantidas. Dentro das granjas de produção, o trânsito de pessoas e animais é minuciosamente controlado por meio de técnicas de limpeza e desinfecção em pessoas, veículos e equipamentos”, garantiu.

Para os produtores de aves, a recomendação foi atenção especial com a presença e contato com aves silvestres. “Em caso de animais doentes, ressaltamos que o produtor deve comunicar, imediatamente, os órgãos responsáveis”, acrescentou a Federação. 

Atualmente, o setor de avicultura é responsável por 1.682 empregos da agropecuária e VBP (Valor Bruto da Produção) da atividade chega a 3,48 bilhões de reais (5,2% do total do VBP Agropecuário).

Caso confirmado

Mato Grosso do Sul confirmou o primeiro caso de gripe aviária nesta segunda-feira (18), conforme informações do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária). O caso foi confirmado em uma ave criada de maneira doméstica no município de Bonito – distante 250 km de Campo Grande.

Ainda de acordo com o ministério, o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP – H5N1) foi encontrado em uma ave doméstica e criada para subsistência. O Brasil tem total de 100 casos de gripe aviária em aves silvestres e três em aves de subsistência, sendo o de Mato Grosso do Sul o terceiro deles.

A propriedade onde o caso foi confirmado mantém criação doméstica e fica a cerca de 130 quilômetros de granjas comerciais. A área está sob rigorosa vigilância e medidas de contenção desde a confirmação.

A Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) montou barreiras sanitárias na região onde o foco foi detectado.

Segundo o titular da Semadesc, Jaime Verruck, as medidas aplicadas pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) foram tomadas para conter e erradicar o foco. Além da vigilância em populações de aves domésticas na região, veículos que circularam pelo local foram desinfetados e aves foram sacrificadas.