Crateras se espalham após temporais em pelo menos quatro bairros de Campo Grande

Solo úmido por conta do volume de chuva colabora com processo de erosão e, como consequência, abertura das crateras

Fábio Oruê – 13/03/2023 – 14:35

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Cratera se abriu no bairro Chácara dos Poderes (Foto: Fábio Oruê/Jornal Midiamax)

Crateras começaram a se abrir em Campo Grande após os temporais das últimas semanas, mas o cenário de ficção científica, onde alienígenas ou uma raça desconhecida emerge dos ‘buracões’, está longe de acontecer na Capital.

O antagonista desta história é, na verdade, o solo úmido por conta da água da chuva, que propicia essas situações, registradas em pelo menos quatro bairros do município. Mais recente, uma cratera surgiu, no sábado (11), no Bairro Chácara dos Poderes.

Na manhã desta segunda-feira (13), equipes da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) estavam no local começando os serviços de recuperação. “Vai ser feito toda a parte de recuperação. Desde a parte da erosão aqui que ocasionou em decorrência do volume de chuva quando a correção das caixas de contenção que evitam o impacto do volume de água”, diz o Secretário-adjunto da Sisep, Éneas Netto.

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Sisep trabalhava na recuperação da via (Foto: Fábio Oruê/Jornal Midiamax)

Segundo ele, o andamento das obras vai depender do tempo. “O tempo está se fechando novamente. Choveu, tem que parar o serviço de qualquer maneira”, explica ele ao Jornal Midiamax.

Cratera do Lago do Amor é maior do que parece

Dois meses após interdição da área do Lago do Amor, segundo Éneas, o estrago na região é muito maior do que se pode observar. Na semana passada, o Jornal Midiamax noticiou que a erosão no lago do amor tem aumentado gradualmente.

No entanto, Enéas explica que o novo ponto atingido já fazia parte do espaço traçado para manutenção. Conforme o secretário-adjunto, a erosão já está chegando na Praça das Tilápias. Conforme Enéas, o município ainda trabalha na fase de contratação da empresa que fará o serviço em regime emergencial.

Assim como no Lago do Amor, a Sisep também está em fase de contratação das obras de conserto da Ponte sobre o Córrego Prosa, no cruzamento da Rua José Antônio com a Avenida Fernando Corrêa da Costa. O contrato estimado em R$ 800 mil também será emergencial, ou seja, dispensa obrigatoriedade de licitação. 

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Cratera no Lago do Amor (Foto: Kísie Ainoã / Jornal Midiamax)

Carro foi engolido no Alves Pereira

No Bairro Alves Pereira, uma cratera se abriu na Rua Rivaldi Albert e chegou a engolir uma caminhonete ocupada por uma família, no último dia 26 de fevereiro. Ninguém ficou ferido.

A rua é via de acesso para a Avenida Guaicurus, a principal da região. Equipes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e da Guarda Municipal se revezam na orientação do trânsito, já que mesmo com cavaletes e faixas, moradores se arriscaram e furaram o bloqueio.

Futura cratera?

Na Rua Padre João Delfino, com a Avenida Ana Batista Caminha, o asfalto está afundando de uma beirada à outra. Funcionário de uma borracharia que fica nesta esquina disse que o asfalta começou a quebrar nas beiradas e, após chuva da semana passada, ele começou a afundar e quebrar.

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Asfalto quebrando por conta de erosão no Jardim Itamaracá (Foto: Fábio Oruê/ Jornal Midiamax)

Também nesta região, ruas e estradas dão lugar a enxurradas e ‘lagos’ formados por poças de água da chuva. Em trecho da estrada EW-02, no Bairro Chácara dos Poderes, os carros precisam se arriscar para continuar na via, onde se formaram dois ‘lagos’.

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Estrada com poça d’água no Chácara dos Poderes (Foto: Fábio Oruê/Jornal Midiamax)

No Jardim Colúmbia, a Rua Purús, em dias de chuva, vira um rio com direito a correnteza – e nem precisa chover no bairro. “A água que vem é dos outros bairros; do Nova Lima. Desce tudo aqui para o bairro. Invade a casa do meu vizinho e o meu quintal; minha varanda fica cheia de barro”, diz o tapeceiro Élio Camargo, de 56 anos, que mora no local há 10 anos.

“Na semana passada vieram e arrumaram. No mesmo dia choveu e a água levou todo o serviço. Não tem jeito aqui”, reclamou o operador de máquinas João Carlos Pereira, de 42 anos.

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Rua no Jardim Colúmbia (Foto: Fábio Oruê/Jornal Midiamax)

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